Um bom negócio é, necessariamente, um bom investimento?

Por Bruno Oliveira

ASSESSORIA DE IMPRENSA
13/10/2025 05h38 - Atualizado há 16 horas

Um bom negócio é, necessariamente, um bom investimento?
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Não, não é. O motivo é simples: preço importa – e importa muito.

Muitas vezes, o investidor iniciante confunde a qualidade de um negócio com a atratividade do investimento desse negócio. São coisas diferentes. A companhia pode ser excelente, com produtos de qualidade, governança exemplar e uma trajetória de crescimento consistente. Mas, se o preço pago pela ação estiver desajustado, o investimento pode se tornar medíocre.


Uma das formas mais diretas de validar se você fez um bom investimento é observar o resultado: o retorno obtido ao longo do tempo. E a matemática é clara: quanto mais caro você pagar, menor tende a ser o seu desempenho. Quanto mais barato, maior o potencial de retorno.

É um erro comum acreditar que basta analisar planilhas e relatórios para determinar se uma empresa é “um bom negócio”. Afinal, investir em empresas é, em última instância, investir em pessoas – e é impossível quantificar integralmente fatores como ética, visão de longo prazo ou a postura de executivos em momentos de crise.

Os números são fundamentais, mas não contam toda a história. Por isso, o investidor precisa aceitar uma margem de incerteza em todas as suas decisões. Investir envolve tanto aspectos objetivos quanto subjetivos, e a experiência ao longo do tempo é quem nos ensina a pesar cada um deles.

Imagine que você encontrou uma empresa sólida, com governança admirável e histórico de proventos consistentes. Parece perfeito. Mas, se a ação estiver sendo negociada muito acima do que pode entregar, ela deixa de ser um bom investimento.

Uma métrica que adoto, por exemplo, é considerar se o ativo oferece pelo menos 8% de dividend yield recorrente e sustentável. Se não, por melhor que seja o negócio, a atratividade do investimento diminui.

Claro, não existe fórmula mágica. Avaliar uma empresa vai muito além de um cálculo. Envolve perguntas essenciais: quem são os controladores? Eles estão alinhados com os acionistas? Como a companhia reagiu em crises passadas? Essas respostas não aparecem em balanços ou apresentações de RI. Elas se revelam no tempo, para quem tem paciência e disciplina em observar. Por isso investir exige tempo. 

Não é à toa que Buffett é autor de uma das melhores frases do mercado: “É muito melhor comprar uma empresa maravilhosa por um preço justo do que uma empresa razoável por um preço maravilhoso.”

Nem tudo que está barato tem qualidade, assim como nem tudo que é caro é ruim. A partir do momento que o investidor conseguir diferenciar a empresa do investimento que pode ser feito na empresa, o nível de lucidez será muito maior do que se imagina. O segredo está em separar o bom negócio do bom investimento. Um ótimo negócio pode ser um péssimo investimento quando mal precificado.
Investir não é apenas comprar bons negócios – é comprar bons investimentos. E essa diferença, simples na teoria, é o que separa resultados medianos de resultados extraordinários no longo prazo.

Bruno Oliveira é analista do Vida de Acionista
 

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NEIDE LIMA MARTINGO PEREIRA
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FONTE: assessoria de imprensa
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