Jovens da Fundação CASA se apresentam no Sesc Santo Amaro durante o Festival de Música
Cerca de 60 jovens da capital, Osasco, Mongaguá e Peruíbe mostraram o talento musical em homenagem à grande Inezita Barroso
CAMILA SOUZA
10/10/2025 17h22 - Atualizado há 16 horas
Marcelo Machado/Fundação CASA
O palco do Sesc Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, testemunhou na última terça-feira (7) o talento e o empenho musical nas oito apresentações de 57 jovens da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), entidade vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, durante a 10ª edição do MusiCASA, o Festival de Música da instituição. Os adolescentes vieram de seis centros de atendimento localizados nas cidades de São Paulo, Osasco, Mongaguá e Peruíbe. O repertório, recheado de clássicos da música caipira, foi uma homenagem ao centenário de nascimento da cantora, instrumentista e pesquisadora Inezita Barroso, referência absoluta da música caipira brasileira. Foi a quarta de uma série de seis exibições no Estado, que acontecem entre os meses de setembro e outubro, em unidades do SESC São Paulo, na parceria entre as instituições. Criado em 2014, o MusiCASA valoriza o protagonismo artístico dos jovens em cumprimento de medida socioeducativa, promovendo a expressão, a convivência e a reflexão por meio da arte. No Sesc Santo Amaro, subiram ao palco jovens dos centros de atendimento Rio Paraná, Rio Tâmisa e Ouro Preto, de São Paulo; Osasco I e II, de Osasco; Peruíbe; e Mongaguá. Todas as apresentações foram preparadas com acompanhamento pedagógico e musical dos educadores dos centros socioeducativos e do Guri – programa de educação musical do Governo do Estado de São Paulo, realizado pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas e gerido pela Santa Marcelina Cultura. Na abertura, os adolescentes do CASA Mongaguá apresentaram a música “Tristeza do Jeca”, famosa na interpretação de Inezita, ao som de violões numa camerata. Logo depois, os jovens do CASA Rio Paraná soltaram a voz em coral, acompanhado de teclado, num medley de canções eternizadas nas interpretações marcantes e vibrantes de Inezita. Os adolescentes do CASA Peruíbe retornaram às raízes caipiras com violões que adaptaram músicas de outros gêneros para a cultura sertaneja, com Você e Céu de Pipa. Já Osasco foi representada por jovens dos dois centros de atendimento da Fundação CASA mantidos na cidade. Do CASA Osasco I vieram os jovens que envolveram a percussão na cultura caipira, ao apresentar a mescla de Ijexá em 7 com Baião do Rap. O grupo Ritmo do Gueto, do CASA Osasco II, também mostrou o talento na percussão, com surdo, tantan, caixa, Glock, pandeiro, agogô, tamborim e conga, tocando Bumba Meu Boi e Samba. Os jovens do CASA Ouro Preto brilharam em duas apresentações. Um trio, em voz acompanhada por dois violões, trouxe a canção Marvada Pinga, marcada na voz e instrumentos de Inezita, traduzindo um jeito bem-humorado do interior. A segunda apresentação de jovens do CASA Ouro Preto contou com a percussão para inovar na interpretação musical de Meu Limão, Meu Limoeiro. No final, nove adolescentes do CASA Rio Tâmisa revisitaram o repertório de Inezita com um medley de canções marcantes da artista, num número de canto coral regido pela educadora e acompanhado de teclado. O MusiCASA conta com seis apresentações itinerantes pelo Estado. A estreia aconteceu em Jundiaí no dia 15 de setembro. A primeira apresentação na capital foi no dia 30 de setembro, no Sesc 24 de Maio, seguida da exibição no Sesc Sorocaba, no dia 1º de outubro. O Festival ainda passará pelas cidades de Araraquara e São José do Rio Preto. A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, afirma que o MusiCASA é parte do processo pedagógico e socioeducativo dos adolescentes, utilizando a arte como ferramenta de transformação social. “Os jovens compartilham suas vivências, desenvolvem autoestima, empatia e disciplina, ajudando a preparar cidadãos para uma sociedade mais segura. Em 2025, essa transformação ganha ainda mais força ao ecoar a voz de Inezita Barroso, uma mulher, artista e educadora que não se curvou aos padrões e deixou um exemplo atemporal de resistência cultural”, explica a presidente. Voz da nossa terra Inezita Barroso (1925–2015) foi uma das artistas mais emblemáticas da música popular brasileira. Nascida em São Paulo, descobriu sua paixão pela música durante as férias no interior, encantando-se com a viola caipira e as rodas de moda de viola. Mesmo enfrentando resistência familiar, seguiu seu talento com firmeza. Apresentadora por 35 anos do programa “Viola, Minha Viola”, da TV Cultura, Inezita também foi atriz premiada, cantora consagrada e defensora da cultura de raiz. Autêntica e combativa, sua trajetória abriu caminhos para gerações de artistas e mulheres na música tradicional. Morreu aos 90 anos, deixando um legado de resistência, identidade e amor pela cultura popular brasileira. MusiCASA 2025 Com o tema “Inezita 100 Anos – A Voz da Nossa Terra”, o MusiCASA percorre seis unidades do SESC no Estado de São Paulo nas cidades de São Paulo, Jundiaí, Sorocaba, Araraquara e São José do Rio Preto entre setembro e outubro deste ano. A organização é da Gerência de Arte e Cultura (GAC) da Fundação CASA. O evento conta com a participação de cerca de 335 jovens atendidos em 42 centros da instituição, em apresentações musicais autorais ou adaptadas, todas dentro da temática da cultura popular brasileira. Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em: https://fundacaocasa.sp.gov.br/. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
CAMILA APARECIDA DE SOUZA
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