Por que a beleza e a disposição ainda assustam depois dos 65+?

Por Licia Egger

SANDRO FRAGA
29/09/2025 18h40 - Atualizado há 2 horas

Por que a beleza e a disposição ainda assustam depois dos 65+?
Foto: Divulgação
Um influenciador digital inglês, com milhões de seguidores pelo mundo, causa verdadeiro furor entrevistando homens e mulheres longevos pelas ruas de Londres. Indivíduos que, apesar da idade, se apresentam elegantes, dispostos e com aparente boa disposição.

Distante da cidade do rei, nossos influenciadores digitais tupiniquins ganham cada vez mais espaço, mostrando que o tempo não pode ser o único responsável por tornar um vivido inelegível para a vida, para o amor ou para o que mais se considerar importante para uma vida longa e boa.


O que esses influenciadores têm em comum? Entre outras coisas, a percepção de que um número crescente de longevos — aqueles que queimaram os sutiãs, revolucionaram os costumes e trouxeram à luz o inconformismo da era do pós-guerra — agora se impõem contra a ditadura da “velhice”.

Num mundo em que as estatísticas imprecisas da ONU indicam mais de 700 milhões de pessoas acima dos 60 anos no mundo, e que, no Brasil, hoje somam mais de 31,8 milhões, admirar uma pessoa que chega bem na longevidade não deveria mais espantar.

Ao contrário, se a cosmetologia, a farmacêutica, a medicina e outras áreas que se dedicam ao viver bem se abraçam à IA na busca pela manutenção de um corpo e mente saudáveis, estar bem-disposto e apto para encarar as mazelas do tempo é inteligência e trabalho duro, e não uma opção dos se entregaram à sorte.

Os vividos que estão bem hoje, longe de serem apenas alguns poucos que desafiam a realidade, não conquistaram a disposição física e mental simplesmente porque desafiaram a realidade. Longe disso, são repletos de histórias de resiliência, bom-humor, alimentação saudável, disposição para aprender sempre, exercícios físicos e vida social ativa, entre muitas outras coisas, inclusive de altos e baixos que compõem o cenário de uma vida longeva.

Ainda que o acaso e a sorte tenham importância, para os que vibram apesar da idade avançada, a saúde e disposição, no final das contas, estão associadas ao trabalho duro e cotidiano para se manter bem ao longo de toda a vida.

Nesse contexto, o privilégio de ser um longevo fora da curva é, na verdade, fruto de um investimento pessoal egoísta, de quem acredita que poderá viver muitos anos — quiçá até 100 ou mais anos — muito bem. E, no final, mesmo não vencendo o tempo, viver saudável e feliz o ciclo da longevidade.

Sobre Lícia Egger
É psicanalista, doutora em Comunicação e Semiótica, palestrante e escritora.

 

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SANDRO FRAGA LUIZ
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