Golpes em campo: criminosos digitais já miram a Copa do Mundo de 2026 com falsos ingressos e sites fraudulentos
Levantamento da Check Point Software alerta torcedores sobre fraude global em andamento, com milhares de domínios falsos, phishing e venda ilegal de ingressos antes do início da Copa
JULIANA VERCELLI
29/09/2025 20h58 - Atualizado há 9 horas
Imagem: Exemplos de sites fraudulentos com o tema FIFA 2026 usados como iscas para golpes digitais, avaliados pela Check Point Software
A Copa do Mundo FIFA 2026 ainda não começou, mas os golpes digitais já estão em jogo. Torcedores estão na mira de cibercriminosos que criam uma rede global de sites falsos, botnets e e-mails de phishing para roubar dados, vender ingressos falsificados e explorar o entusiasmo do maior evento esportivo do planeta. Um levantamento conduzido pelos pesquisadores da Check Point Software revela que milhares de páginas na Internet estão se passando por canais oficiais da FIFA e das cidades-sede do evento em 2026. O risco é real e imediato: os cibercriminosos estão aproveitando o período de pré-venda de ingressos para aplicar golpes em torcedores de futebol. Primeiras jogadas dos golpistas: domínios falsos em massa Desde 1º de agosto de 2025, a Check Point Software já identificou pouco mais de 4.300 sites recém-registrados com termos ligados à FIFA, à “Copa do Mundo” e a cidades como Dallas, Miami, Toronto e Cidade do México. Esses endereços de domínios surgem em ondas coordenadas, muitas vezes usando a mesma infraestrutura, e são criados em registradores populares como GoDaddy e Namecheap. Porém, o mais grave é que parte desses sites já menciona futuras edições, como FIFA 2030 e 2034, numa tentativa de ganhar credibilidade ao longo do tempo — estratégia comum em golpes de grande escala. Perigo na pré-venda: ingressos como isca O sorteio da primeira fase de ingressos ocorreu entre os dias 9 e 19 de setembro de 2025. Os resultados estão sendo divulgados em 29 de setembro, e a compra oficial para os selecionados começará em 1º de outubro. Esse intervalo é o cenário ideal para golpes. Cibercriminosos estão prontos para disparar e-mails falsos, criar sites de filas fraudulentas e enviar mensagens que imitam a comunicação oficial da FIFA. O objetivo é enganar torcedores ansiosos e desviar dinheiro. “O que vemos é um esquema organizado, preparado para enganar torcedores antes mesmo de a bola começar a rolar”, alerta Amit Weigman, especialista e evangelista em segurança digital da Check Point Software. “Os cibercriminosos estão sincronizando suas ações com o calendário oficial da FIFA para aumentar as chances de sucesso.” Descobertas dos pesquisadores - Pouco mais de 4.300 domínios suspeitos em menos de 60 dias, com picos em agosto e início de setembro.
- Golpes já circulam em canais do Telegram e fóruns clandestinos, oferecendo ingressos falsos, camisas piratas e kits de fraude de pagamento.
- Segmentação por idioma e público: inglês para streaming / transmissão ao vivo; espanhol e português para fraudes de ingressos e de produtos oficiais com foco nos torcedores da América Latina; em menor escala o francês voltado para mercados europeus.
- Alvo geográfico: A pesquisa mostra que os criminosos digitais estão direcionando suas fraudes tanto para o público global quanto para mercados locais. Sites falsos fazem referência direta aos países-sede — Estados Unidos, México e Canadá — e também às cidades que vão receber jogos, como Dallas, Miami, Toronto, Vancouver e Cidade do México. O objetivo é claro: parecer legítimo para os viajantes e enganar sistemas de busca, aumentando a chance de atrair torcedores.
- Ingressos falsificados vendidos em sites fraudulentos; e-mails e mensagens com links maliciosos que roubam dados pessoais e bancários.
- Golpes relacionados a hospedagem, transporte e pacotes de viagem para as cidades-sede.
Além disso, a pesquisa identificou botnets programadas para burlar sistemas oficiais de venda, inflar filas e manipular preços dinâmicos, o que pode prejudicar ainda mais os torcedores que tentam comprar de forma legítima. Apito final: como se proteger Para os torcedores: - Comprar ingressos apenas nos canais oficiais da FIFA.
- Conferir cuidadosamente o endereço dos sites antes de inserir dados.
- Desconfiar de ofertas de “acesso VIP” ou preços muito abaixo do mercado.
- Não clicar em links recebidos por Telegram ou anúncios em redes sociais.
- Manter navegador e antivírus sempre atualizados.
Para a FIFA e parceiros: - Reforçar sistemas antibot e campanhas oficiais de comunicação para orientar torcedores.
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JULIANA VERCELLI
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FONTE: https://www.checkpoint.com/pt/