Bares e restaurantes impulsionam geração de empregos mesmo em cenário de desaceleração no PIB e juros elevados

Com 5,38 milhões de vagas preenchidas e salário recorde, os negócios demonstram força diante de sinais de arrefecimento da economia

TATIANE FERREIRA
19/09/2025 15h00 - Atualizado há 4 horas

Bares e restaurantes impulsionam geração de empregos mesmo em cenário de desaceleração no PIB e juros elevados
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A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor índice desde 2012, segundo o IBGE. Entre os setores que mais contribuíram para esse resultado estão serviços, agricultura e comércio. Dentro dos serviços, o segmento de alimentação fora do lar vem se destacando como motor do mercado de trabalho, encerrando o período com 5,38 milhões de vagas preenchidas, além do maior salário médio de sua história, com remuneração de R$ 2.257.

O desempenho ocorre em um cenário de desaceleração no PIB. No segundo trimestre, a economia brasileira cresceu apenas 0,4% em relação aos três meses anteriores, resultado mais fraco que o observado no início do ano. Esse arrefecimento é reflexo direto dos juros elevados, mantidos pelo Banco Central em 15% ao ano, maior patamar em quase duas décadas.

A alta dos juros tem como objetivo conter a inflação, reduzindo consumo e investimentos, o que acaba desacelerando a atividade econômica. Apesar disso, os bares e restaurantes têm registrado crescimento na geração de empregos, um reflexo da resiliência do setor, que combina a consolidação do hábito de se alimentar fora de casa com estratégias de adaptação, como a expansão do trabalho intermitente.

Trabalho intermitente impulsiona adaptação        

Regulamentada em 2017, a modalidade intermitente vem permitindo que os negócios ajustem suas equipes conforme a sazonalidade da demanda. Dessa forma, os estabelecimentos evitam gastos com mão de obra ociosa, mantêm pessoal suficiente nos períodos de maior fluxo e asseguram a formalização dos empregados. Segundo levantamento da Abrasel, o número de contratos intermitentes no setor saltou de 315 em 2017 para 15.834 em 2023, uma das maiores taxas de crescimento entre todos os segmentos da economia.

Essa flexibilidade tem sido determinante para sustentar a geração de empregos mesmo sob pressões macroeconômicas. “O setor de alimentação fora do lar é um dos que mais oferecem oportunidades de primeiro emprego no Brasil. Além disso, temos hoje salários no maior patamar da história e modelos de contratação que dão mais segurança a trabalhadores e empresas. O avanço do trabalho intermitente é prova de que o setor consegue se reinventar e continuar crescendo, mesmo em um ambiente de juros elevados, como o que estamos vivendo agora”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.


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