Tédio no trabalho é tão nocivo quanto excesso de pressão

Repetição, falta de desafio e ausência de estímulo transformam a rotina em um fator silencioso de adoecimento emocional

Bendita Letra
19/09/2025 11h50 - Atualizado há 2 horas

Tédio no trabalho é tão nocivo quanto excesso de pressão
Arquivo Pessoal/Divulgação

Quando se fala em desgaste profissional, é comum que a imagem mais imediata seja a de prazos curtos, sobrecarga de tarefas e ambientes de alta pressão. Mas um inimigo silencioso vem chamando a atenção de estudiosos da saúde no trabalho: o tédio. A repetição de atividades, a falta de desafios e a ausência de estímulos tornam a rotina mecânica e esvaziam o sentido do dia a dia, criando terreno fértil para a desmotivação, a estagnação e até o adoecimento emocional. Embora menos visível que o estresse causado pela correria, o tédio também mina o engajamento, compromete a produtividade e ameaça o equilíbrio mental dos profissionais.

A psicóloga Renata Livramento, doutora em Administração e especialista em gestão de saúde corporativa, explica que o fenômeno merece tanta atenção quanto a pressão excessiva. “Muitas vezes associamos o desgaste profissional apenas ao estresse causado pelo excesso de demandas. Mas o tédio, quando constante, gera um esvaziamento de sentido, desmotivação e até sintomas semelhantes aos do burnout”, afirma.

Dados recentes corroboram a análise da especialista. De acordo com o relatório “Estado do ambiente de trabalho global 2024” da consultoria Gallup, sete em cada dez brasileiros estão desengajados com o trabalho. Esse desinteresse, segundo Livramento, é um dos principais sintomas do que se convencionou chamar a síndrome do tédio no ambiente de trabalho de boreout.

Segundo Renata, ampliar a visão sobre saúde ocupacional é um passo essencial para empresas que desejam cuidar verdadeiramente de suas equipes. O equilíbrio não se dá apenas pelo controle da carga de trabalho, mas também pelo estímulo a experiências que tragam engajamento e propósito. “Funcionários que não se sentem desafiados tendem a perder a conexão com o que fazem. Isso impacta não só a saúde mental, mas também a produtividade e a inovação dentro das organizações”, reforça.

Para reverter esse cenário, ela sugere estratégias como programas de job rotation, projetos interdepartamentais, incentivo ao aprendizado contínuo e espaços de escuta ativa. “O objetivo é criar uma cultura que valorize tanto o bem-estar quanto o desenvolvimento profissional. A prevenção é sempre mais eficaz do que o tratamento quando falamos de saúde emocional no trabalho”, conclui.

Saiba mais sobre o trabalho da Renata Livramento: renatalivramento.com.br | @renata.livramento 

 


 

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MARIA JULIA HENRIQUES NASCIMENTO
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FONTE: Renata Livramento —  Psicóloga | Doutora em administração | Especialista em gestão de saúde corporativa
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