Há alguns anos, percebi que havia um equívoco recorrente sobre as OKRs: tratava-se apenas de mais uma ferramenta de gestão, algo para "controlar" resultados. Esse olhar reducionista não faz jus ao potencial transformador que a metodologia traz para qualquer organização que a adota de forma genuína.
OKRs não são sobre controle, são sobre direção e alinhamento. O objetivo não é simplesmente medir, mas engajar pessoas em torno de prioridades claras, traduzindo propósito em resultados tangíveis. Essa é a essência da metodologia que nasceu no Vale do Silício, alavancou o crescimento de empresas como Intel e Google, e hoje já é aplicada em setores que muitos jamais imaginariam.
Quando se fala em OKRs, é quase automático pensar em gigantes de tecnologia. Afinal, foi o Google que popularizou a metodologia ao escalar de uma startup promissora a uma das maiores empresas do planeta. Mas limitar os OKRs a esse contexto é perder a oportunidade de enxergar sua real força.
A aplicação não se restringe a empresas inovadoras de tecnologia. Hoje, vemos OKRs em bancos, indústrias, varejo, hospitais, cooperativas e até em órgãos públicos. A lógica é a mesma: definir objetivos que traduzam a ambição da organização em resultados-chave que demonstrem progresso mensurável rumo a essa ambição.
Um caso que me chama atenção é o do estado de Goiás, no Centro-Oeste brasileiro. Ali, o governo decidiu utilizar OKRs como forma de alinhar secretarias, orientar prioridades e gerar maior transparência na execução das políticas públicas. O secretário da economia de Goiás, Sérvulo Nogueira, comentou sobre a ferramenta durante a abertura do evento Kickoff: Traduzindo a Estratégia da Economia em OKRs: “O OKR é uma ferramenta que necessita do engajamento das equipes, promovendo a participação ativa daqueles que são responsáveis pelas entregas e pelos resultados-chave da instituição. A Secretaria tem a responsabilidade de acompanhar as mudanças e o futuro depende das decisões tomadas hoje”.
Quando um governo adota OKRs, ele sai da lógica burocrática de relatórios extensos e pouco acionáveis, e passa a trabalhar com foco, clareza e responsabilidade. A sociedade, por sua vez, ganha mais visibilidade sobre as metas, e os gestores passam a ser cobrados não apenas pelo que fizeram, mas pelos resultados que entregaram.
O que torna os OKRs tão especiais não é a estrutura em si (objetivos e resultados-chave), mas a mudança de mentalidade que ela provoca. Organizações deixam de trabalhar em silos para colaborar em torno de objetivos compartilhados. As metas deixam de ser engessadas para se tornar aspiracionais, conectadas a propósito.
Esse processo gera transformação porque estimula um ambiente em que:
Quando bem implementados, os OKRs transcendem a ideia de ferramenta de gestão e se tornam um motor de transformação organizacional. Eles conectam estratégia e execução, promovem engajamento e estimulam a inovação.
Empresas como Google e Intel demonstraram isso no setor privado. Governos, como o de Goiás, mostram que é possível fazer o mesmo na esfera pública. E essa é talvez a maior lição: OKRs não pertencem a um setor ou segmento, mas a qualquer organização que queira transformar ambição em impacto real.
Pedro Signorelli é um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. Mais informações acesse: http://www.gestaopragmatica.com.br/
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MARCIA GOMES DE BRITTO
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