Burnout nas empresas: 5 formas de prevenir o esgotamento e transformar a saúde mental em prioridade diária

Com afastamentos por transtornos mentais já liderando os pedidos ao INSS, especialistas alertam para a urgência de políticas corporativas consistentes

AGêNCIA PINEPR
12/09/2025 16h16 - Atualizado há 7 horas

Burnout nas empresas: 5 formas de prevenir o esgotamento e transformar a saúde mental em prioridade diária
Imagem: Freepik
 

O burnout, classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional resultante do estresse crônico no trabalho não gerenciado, é marcado por exaustão emocional, distanciamento mental e queda de eficácia profissional. No Brasil, a gravidade do problema é evidente: em 2023, o INSS concedeu 288.865 benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais — um aumento de 38% em relação a 2022. A combinação entre pressão por resultados, metas inalcançáveis e escassez de tempo para recuperação tem elevado os índices de adoecimento e afastamento no país, reforçando que falar de saúde mental nas empresas não pode ser uma ação isolada ou restrita ao calendário de campanhas, mas sim uma estratégia contínua de gestão e cultura organizacional.

“Prevenir burnout não é oferecer apenas um benefício ou uma palestra, é transformar saúde mental em prioridade de gestão. Isso significa repensar processos, metas e a forma como as equipes trabalham todos os dias”, destaca Alessandra Kinjo, psicóloga na Vetor Editora, empresa especializada em saúde mental, parte do grupo Giunti Psychometrics.

Nesse contexto, o psicólogo destaca 5 estratégias fundamentais para a prevenção do burnout nas empresas. Confira:

Redesenhar o trabalho e reduzir sobrecarga

Para isso, é essencial mapear cargas de trabalho com clareza e priorizar entregas que sejam realmente estratégicas. Além disso, adotar modelos de gestão que considerem a sustentabilidade do desempenho a longo prazo, e não apenas a produtividade imediata, ajuda a evitar a exaustão.

Capacitar líderes como agentes de prevenção

Isso significa treiná-los para identificar sinais de estresse, promover diálogos empáticos e agir preventivamente quando percebem sobrecarga. Também é importante evitar que a pressão sofrida pelas lideranças se multiplique em efeito cascata sobre suas equipes.

 Equilibrar vida profissional e pessoal de forma real

Isso passa por estabelecer políticas de desconexão fora do expediente, com limites claros de disponibilidade, oferecendo maior flexibilidade de jornada e modelo de trabalho. Quando possível, deve-se respeitar preferências individuais e incentivar pausas, intervalos efetivos e programas que estimulem o autocuidado.

Oferecer apoio especializado e acessível

Isso pode ser feito por meio de atendimentos psicológicos, programas de assistência ao colaborador (EAP) e workshops baseados em evidências científicas. Tratar a saúde mental como uma questão de saúde ocupacional, reconhecendo seu impacto direto em afastamentos e produtividade, deve ser uma prioridade. Além disso, os recursos disponibilizados precisam ser de fácil acesso, sem burocracia e livres de estigmas.

Utilizar ferramentas validadas cientificamente

O diagnóstico e o acompanhamento da saúde mental nas organizações devem ser embasados em métodos confiáveis. O uso de ferramentas psicológicas validadas cientificamente — como as que a Vetor Editora desenvolve e disponibiliza — permite às empresas compreenderem de forma estruturada como estão os níveis de bem-estar emocional e cognitivo de seus colaboradores. Além de apoiar decisões estratégicas de gestão, esses instrumentos podem ser aplicados como parte da implementação da NR-1, contribuindo para o mapeamento de riscos psicossociais e para a criação de planos preventivos eficazes.

O que muda com a implementação da NR-1 em 2026?

A discussão sobre saúde mental no trabalho deve ganhar ainda mais força com a NR-1 (Norma Regulamentadora nº 1), que trata da gestão de riscos ocupacionais. A norma, que inclui a obrigatoriedade de mapeamento de riscos psicossociais e implementação de medidas preventivas, teve sua implementação adiada recentemente — movimento que gerou debates entre empresas e especialistas.

Embora o prazo tenha sido prorrogado, a tendência é que as organizações passem a considerar, de forma estruturada, aspectos emocionais, cognitivos e sociais do trabalho como parte de sua política de saúde e segurança. Isso implica em novos padrões de monitoramento e em maior responsabilidade das lideranças para prevenir não apenas acidentes físicos, mas também o esgotamento mental.

“Quando a empresa coloca saúde mental no centro da gestão, cria um ambiente mais humano e sustentável. Isso não apenas reduz afastamentos e custos, mas fortalece o engajamento, a inovação e a confiança entre colaboradores e liderança”, reforça Alessandra.


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Bruna Cruz Faraco
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