O tema da inovação e da regulação no setor de seguros tem ganhado destaque no Brasil. Prova disso foi o evento “Open Finance 5 anos: Conectando o Futuro”, realizado em Brasília (DF), que contou com a presença de autoridades, reguladores e representantes do mercado para discutir os próximos passos do ecossistema aberto. No encontro, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) reforçou o avanço do Open Insurance, modelo que promete transformar a experiência dos clientes de seguros no país.
A proposta segue a lógica da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e coloca o consumidor no centro do mercado segurador, garantindo maior controle sobre suas informações, opções de escolha e a possibilidade de receber ofertas personalizadas de acordo com seu perfil. Segundo Eduardo Paim, gerente e responsável técnico da Cabergs Seguros, essa mudança traz uma nova dinâmica ao relacionamento com os clientes. “Com o Open Insurance, os consumidores terão acesso facilitado às informações sobre produtos e condições de diferentes seguradoras, o que amplia a transparência e fortalece o direito de escolha consciente.”
A transição não acontece sem desafios. Paim explica que o primeiro passo da Cabergs mapeou todos os fluxos de dados pessoais, revisando processos administrativos e contratos. “A conformidade com a LGPD exige não apenas tecnologia, mas também uma mudança cultural. Investimos em treinamentos para que todos os colaboradores entendam a importância da privacidade e do tratamento responsável dos dados.”
Ainda segundo o executivo, a corretora caminha no sentido de adotar ferramentas de proteção digital — como criptografia, autenticação em múltiplos fatores e monitoramento em tempo real — e está implementando sistemas que permitam ao cliente gerenciar facilmente seus consentimentos.
Se os desafios são grandes, as oportunidades também. Com dados estruturados, o Open Insurance permite a construção de soluções adequadas à realidade de cada cliente. “Vamos conseguir ajustar as coberturas, prêmios e benefícios de acordo com as necessidades individuais. Isso significa oferecer produtos mais relevantes e uma experiência muito mais fluida.”
A padronização de informações entre seguradoras também facilita a comparação de preços e condições, tornando os processos mais rápidos e menos burocráticos. “Hoje o cliente muitas vezes precisa repetir informações em diferentes etapas. Com a digitalização, essa jornada será integrada, garantindo conveniência e eficiência, sem esquecermos que a proteção não engloba somente uma percepção de custo, é dever dos corretores fomentar um entendimento mais voltado para a orientação sobre a adequação dos produtos em seguro frente às necessidades de proteção dos clientes".
Nesse sentido, outro pilar da corretora nesse processo é a atuação consultiva. Além de adotar recursos tecnológicos de proteção, a corretora mantém canais de comunicação claros e acessíveis para orientar seus clientes. “Com a digitalização, as rotinas administrativas tendem a ficar rápidas, permitindo que a equipe se concentre em um atendimento consultivo, próximo e humano em momentos críticos, como sinistros ou dúvidas complexas.”
Com as novas regras, o público terá mais controle sobre suas informações e contará com processos ágeis na cotação e contratação de apólices. Também poderá esperar ofertas personalizadas, maior transparência nas condições e preços e um atendimento próximo e qualificado. Para Paim, trata-se de uma transformação que vai muito além da tecnologia. No final das contas, o que mudará é a relação de confiança entre clientes, corretores e seguradoras.
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JÚLIA SIDON SENNA CARVALHO
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