Pela manifestação do ministro, Torres não deve ser condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. A pena poderia chegar a 30 anos de prisão.
Durante as investigações, a Polícia Federal (PF) encontrou na casa de Torres o documento chamado de “minuta do golpe”.
Para Fux, o ex-ministro não tinha proximidade com militares e não há provas de que ele teria aderido à tentativa de golpe.
"Não há qualquer documento, imagem e vídeo de que o réu planejou a abolição do estado democrático de direito", afirmou o ministro.
O ex-ministro também foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de se ausentar do Distrito Federal em meio aos atos golpistas de 8 de janeiro. No dia dos ataques, ele ocupava o cargo de secretário de Segurança do DF, mas estava em férias nos Estados Unidos.
No entendimento de Fux, Torres avisou antecipadamente ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que estaria em férias e, além disso, a responsabilidade do policiamento era do comandante da Polícia Militar, e não do então secretário.
"Não houve omissão planejada", disse.
Fux também rebateu a acusação de que Torres, enquanto ministro da Justiça, determinou a realização de operações especiais pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para barrar os deslocamentos de eleitores do presidente Lula no Nordeste, durante o segundo turno das eleições de 2022.
"Não há prova concreta de direcionamento para que fossem atingidos eleitores do atual presidente", completou.
O ministro prossegue seu voto, que já dura 12 horas.
Todo o conteúdo é gerado pela Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicação