Setembro Amarelo: valorização da vida inclui "a escuta do outro", diz psicóloga

ProImprensa Comunicação
09/09/2025 11h56 - Atualizado há 8 horas

Setembro Amarelo: valorização da vida inclui "a escuta do outro", diz psicóloga
Divulgação
O "Setembro Amarelo" vem reforçar a busca pela qualidade de vida mental no Brasil e no mundo. As pressões do cotidiano impulsionam os registros de sofrimento psíquico. Para quem está passando por momentos difíceis, o mais importante é buscar ajuda.

Já os familiares e amigos devem praticar "a escuta do outro", sem julgamentos. Afinal de contas, todo mundo está sujeito a esse quadro, diz Lua Helena Moon Martins Cardoso, psicóloga hospitalar da Hapvida em Limeira (SP) e que também é socióloga.


A abordagem da data, em favor da valorização da dívida, requer delicadeza e responsabilidade. "É uma dor que não deve ser tratada como estatística, espetáculo ou tabu. Evitar certas palavras não é fingir que o problema não existe, é reconhecer que a linguagem tem o poder de machucar ou de cuidar", avalia a psicóloga.

Geralmente, as causas não são isoladas. "O sofrimento psíquico intenso raramente nasce apenas de dentro, ele também é atravessado pelas pressões do mundo. E uma das formas mais cruéis de violência é justamente a tendência de responsabilizar quem sofre, em vez de olhar para o que está ao redor", relata.

A pergunta "o que há de errado com essa pessoa?" aparece muito nessa hora. "Talvez a pergunta mais urgente seja 'o que há de errado com o contexto em que ela vive?'", opina a psicóloga.

Os riscos na família e na escola

O cotidiano mostra que há grupos mais expostos à questão, não por serem frágeis, e sim porque enfrentam, com frequência, rejeição, silenciamento e violência simbólica. "Muitas vezes, adolescentes LGBTQIAPN+ vivem em ambientes familiares onde o afeto é condicionado à obediência. São espaços onde ser quem se é vira motivo de conflito", exemplifica Lua.

Já o bullying pode vir da orientação sexual, aparência, condição financeira ou formas de neurodivergência. "A escola, que deveria ser espaço de cuidado e desenvolvimento, muitas vezes se torna o primeiro lugar onde alguém aprende a se sentir inadequado. E quando a dor é invalidada em casa, o abandono deixa de ser impressão e se transforma em certeza", conta Lua.

Perigo no isolamento

Afirmações como "isso é frescura" ou "na minha época era pior" geram reações diferentes. "O choro ainda é sinal de contato com a vida. O alerta acende mesmo quando a pessoa começa a perder o interesse por tudo aquilo que antes a tocava, a se isolar ou a lançar comentários sutis sobre desistência", diz a psicóloga.

O grito pode dar lugar a um "tá tudo bem" que não convence. "Por isso, escutar de verdade é mais urgente do que oferecer conselhos. O sofrimento psíquico não pede soluções imediatas, pede presença, cuidado e espaço para respirar. Não se trata de forçar saídas, e sim de garantir que a pessoa não esteja sozinha enquanto tenta encontrar um caminho", aconselha Lua.

Nessa interação, romantizações, típicas de filmes e redes sociais, só aumentam o estigma e o isolamento. "Precisamos reaprender a linguagem do cuidado, do vínculo, da escuta ativa. A prevenção se constrói em cada gesto, em cada relação que não exige perfeição para existir. O compromisso do Setembro Amarelo é justamente esse: não deixar que ninguém precise se calar ou se apagar para ser levado a sério", explica Lua.

Quem passa por um momento difícil deve pedir ajuda, que, longe de ser sinal de fraqueza, é um gesto de coragem. O acompanhamento psicológico e psiquiátrico faz diferença no enfrentamento da dor. "Você não precisa enfrentar tudo sozinho. Profissionais da saúde mental estão preparados para acolher, escutar e oferecer suporte", reforça Lua.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) também oferece atendimento gratuito e sigiloso, 24 horas por dia, pelo telefone 188.

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ROGERIO TADEU RUEDA JUNIOR
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