O som da batida, o traço colorido no muro e o ritmo da dança transformaram a tarde da última sexta-feira (22/08) em um momento especial na Fundação CASA (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) Guarujá, vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania. Cerca de 44 adolescentes que cumprem medida socioeducativa tiveram a oportunidade de mergulhar no universo da cultura Hip-Hop, explorando seus quatro elementos (DJ, MC, Breaking e Grafite) como manifestações artísticas e instrumentos de identidade, pertencimento e novas perspectivas de vida.
O encontro “Fortalecimento da Cultura Hip-Hop nas Periferias do Guarujá” foi promovido pelo Conselho da Juventude do município em parceria com o coletivo Estilurbano.013. A programação incluiu oficinas de dança, grafite, manuseio de equipamentos de DJ, batalhas de rimas e apresentações de rap, permitindo aos jovens aprender novas técnicas, explorar diferentes linguagens artísticas e vivenciar uma experiência cultural inédita.
O jovem Gabriel (nome fictício), um dos adolescentes participantes, descreveu a experiência como inédita e transformadora, destacando que as atividades proporcionaram o contato com práticas artísticas antes inacessíveis. “Foi incrível poder vivenciar o grafite e manusear equipamentos de DJ. Essas experiências mostram novas possibilidades e despertam talentos que nem imaginávamos existir”, afirmou.
O coletivo, criado em 2023, tem como objetivo fomentar a cultura Hip-Hop no litoral paulista. Desde sua fundação, promove atividades em comunidades e escolas da região, como palestras, encontros de grafite, workshops, batalhas de dança e de rima, incentivando adolescentes a descobrirem talentos e construírem novas trajetórias.
Para o diretor do CASA Guarujá, Alexander Pestana Vicente, a parceria reforça a missão socioeducativa da instituição. “O Hip-Hop tem um poder de conexão muito forte com os adolescentes. Ao trazer essa experiência para dentro do centro socioeducativo, mostrou-se que é possível expressar talentos e construir um futuro diferente, longe da violência”, afirmou.
A presidente do Conselho Municipal de Juventude, Mariana Vitória Gomes dos Santos, ressaltou a importância de ações como esta para ampliar perspectivas e fortalecer identidades. “Quando os adolescentes participam de atividades como esta, têm a oportunidade de conhecer caminhos alternativos e se conectar com pessoas e espaços que podem apoiá-los. O Hip-Hop é um mecanismo de transformação revolucionário, que proporciona identificação e reforça a identidade periférica. Ver a participação ativa dos jovens demonstra que iniciativas como esta aumentam as chances de mudança e contribuem para um futuro promissor”, afirmou.
As oficinas artístico-culturais possibilitam que os adolescentes tenham contato com diferentes linguagens artísticas, desenvolvendo técnicas para expressar suas vivências e fortalecer a autoestima. Além disso, participam de visitas a museus e institutos culturais, ampliando o repertório cultural e o acesso a novas experiências.
“Nosso papel é reintegrar os adolescentes e contribuir para uma sociedade mais segura. O contato com a arte e a cultura amplia horizontes, desperta talentos e mostra que cada jovem pode construir uma nova trajetória”, destacou a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.
Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em:
https://fundacaocasa.sp.gov.br/.
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