O mercado da moda enfrenta uma crise histórica marcada pelo desperdício massivo de recursos. Bilhões de toneladas de roupas e calçados são descartados anualmente, além de produções excessivas de coleções que aceleram o consumo e o descarte. Paralelamente, os consumidores estão cada vez mais conscientes, buscando marcas que ofereçam produtos duráveis, éticos e que dialoguem com suas identidades.
Pesquisas da Nielsen indicam que os consumidores mais jovens estão cada vez mais atentos à representatividade e autenticidade nas campanhas publicitárias. Por exemplo, 50% dos jovens entre 18 e 24 anos afirmam ter maior propensão a comprar de marcas que refletem sua identidade em anúncios, enquanto 42% dos adultos nos EUA preferem marcas que os representam, segundo o relatório Beyond Pride Month: Building Your Brand with LGBTQ+ Consumers (2024). Esses dados evidenciam a crescente valorização da inclusão e diversidade no mercado.
Em resposta a esse cenário, a moda agênero emerge como uma estratégia eficaz para reduzir custos e ampliar o alcance do público. Um estudo da Core Market Research projeta que o mercado global de roupas gender-neutral
No Brasil, a Linus exemplifica essa estratégia na prática. A marca de lifestyle sustentável desenvolveu a primeira sandália vegana, 100% reciclável e agênero do país. “O projeto envolveu ortopedistas, engenheiros e designers para criar um produto que alia conforto ortopédico, inovação tecnológica e responsabilidade ambiental. E o agênero não é apenas uma questão estética para nós, mas uma estratégia que oferece produtos capazes de conectar propósito e rentabilidade em um mercado cada vez mais exigente e plural”, reforça Isabela Chusid, fundadora da Linus.
Ao adotar o design agênero, as empresas simplificam suas linhas de produtos, ampliam seu público-alvo e reduzem a obsolescência, conquistando escala e relevância em um mercado global altamente competitivo.
Na prática, iniciativas como o design agênero fazem parte de uma mudança mais ampla no mercado, em que inovação de produto, responsabilidade social e eficiência ambiental caminham juntas. Marcas alinhadas a esse movimento não apenas ampliam seu alcance e reduzem desperdícios, como também se posicionam de forma mais transparente diante de um consumidor atento às questões sociais, climáticas e de governança que moldam o futuro da moda.
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MONICA MILIATTI DE MOURA
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