[Errata] Premiado roteirista Antonio Arruda lança “O corte que desafia a lâmina”, livro que cruza gêneros, entre ficção e autobiografia, e disseca dores íntimas
Publicado pela Editora Cachalote, o livro, estreia do autor na literatura, trata da pulsão permanente entre vida e morte e propõe uma estética da cicatriz
ANA FERRARI DA COM.TATO
21/08/2025 12h25 - Atualizado há 8 horas
Editora Cachalote
Roteirista do programa Era Uma Vez no Quintal, da TV Cultura (Vencedor do prêmio APCA em 2014) e das duas temporadas da série da Netflix Cidade Invisível (indicada ao ABRA em 2022), o também jornalista e mestre em Teoria Literária e Literatura Comparada Antonio Arruda estreia na literatura com o livro O corte que desafia a lâmina (Editora Cachalote, 131 págs.). A obra, híbrida entre ficção e autobiografia, se estrutura como um inventário poético e visceral de experiências extremas — narrativas que oscilam entre o íntimo e o simbólico, o real e o alegórico, o profano e o sagrado, costuradas por uma estética do enfrentamento. Os textos mesclam corpo, silêncio, rito e transformação. O autor já realizou eventos de lançamentos em São Paulo e Santos (SP), Florianópolis (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Aracaju (SE). O livro, que está indo já para a primeira reimpressão no mesmo ano de lançamento, também foi tema de discussão no Clube de Leitura "O Inconsciente em Verso", da psicóloga, psicanalista e doutora em Educação Mariana Giorgion. A proposta do livro é atravessar experiências extremas por meio da linguagem. O autor define o livro como o resultado do atravessamento do eu por suas dores e traumas, num embate entre o corte e a lâmina. Esse movimento orienta a proposta de uma “estética da cicatriz” — tanto na forma quanto no conteúdo. Os textos mesclam corpo, silêncio, rito e transformação. No conto de abertura, “Em nome do filho”, um homem precisa retirar uma parte doente do próprio corpo para tentar sobreviver. Em outra cena, alguém carrega a carcaça de uma tartaruga até o mar e afunda com ela. O autor afirma que cada texto traz um acontecido inaudito de dor aguda e descreve a obra como um percurso em direção ao epifânico, ao anímico. A obra de Antonio está profundamente ligada à sua vivência pessoal, marcada por experiências de violência que ele transforma em linguagem e enfrentamento. Temas como morte, sexualidade e homoerotismo atravessam sua escrita, refletindo sua trajetória como homem gay assumido desde os 17 anos. O conflito entre desejo e repressão cotidiana torna-se um eixo central de sua criação. Além disso, sua ligação intensa com a umbanda e religiões de matriz africana, vivenciada desde a infância, também permeia seus textos, que incorporam aspectos míticos, místicos e espirituais ligados à sua atuação como pai de santo. Nascido em Guarulhos (SP) em 1977, Antonio tem formação em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestrado em Teoria e Literatura Comparada pela USP. Trabalhou como jornalista na Folha de S. Paulo, foi professor de literatura e comunicação e hoje atua como coordenador pedagógico. No audiovisual, atuou como roteirista de programas como Quintal da Cultura e Era uma vez no Quintal (APCA 2014), das duas temporadas da série Cidade Invisível (Netflix) — indicada ao Prêmio ABRA em 2022 — e do longa O Mel é Mais Doce que o Sangue (2023), dirigido por André Guerreiro Lopes. Ele conta que a palavra poética, literária, como matéria-prima e forma de percepção e expressão, faz parte de sua vida desde sempre. E que ver a publicação do livro materializada é a realização de um sonho que vislumbra desde os nove anos. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ANA LAURA FERRARI DE AZEVEDO
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