Congresso da aviação

Sobrevivente da tragédia da Chapecoense, Neto Zampier conta sua história

DéBORA PINHO
21/08/2025 17h48 - Atualizado há 12 horas

Congresso da aviação
Arquivo pessoal
O ex-jogador Hélio Hermito Neto Zampier — sobrevivente do acidente aéreo que vitimou a equipe da Chapecoense, em 2016 — compartilhou sua história de vida, nesta quinta-feira, 21, no Congresso da Aviação Agrícola do Brasil, no Aeroporto Executivo de Santo Antônio do Leverger (MT). O evento reúne empresários do setor, palestras técnicas, demonstrações aéreas, expositores e visitantes de mais de 12 países.
Zampier Neto, mais conhecido como Neto, trilhou uma jornada no futebol e se destacou como zagueiro em clubes renomados como Santos, Guarani e Chapecoense. Sua carreira alcançou reconhecimento internacional quando sobreviveu ao trágico acidente aéreo da Chapecoense, que vitimou 71 pessoas em 2016.
Nascido na periferia do Rio de Janeiro, Neto diz que cresceu sob a disciplina rigorosa do pai e a afetuosidade da mãe. Ouviu, ainda jovem, que “não daria certo” por ter começado a jogar futebol tardiamente. Chegou a desistir do futebol em 2004, mas depois retomou a carreira. E foi aí que diz ter aprendido uma das primeiras lições da vida. “Não permita que quem não tem compromisso com sua história defina seu futuro”, alerta.

Ele começou como jogador profissional pelo Francisco Beltrão em 2006, após passagens na base pelo Paraná e Vasco da Gama. Depois defendeu os times do Cianorte, Guarani e Metropolitano. 
Voltou aos gramados e alcançou o sonho de atuar na Série A. Enfrentou lendas do esporte – como os jogadores Neymar e Ganso, e realizou o sonho de infância de jogar futebol. Pouco antes do acidente, vivia o auge da carreira e já estava com propostas para jogar na China e no Japão.
O ponto mais marcante de sua trajetória, no entanto, foi a sobrevivência ao trágico acidente aéreo da Chapecoense. Neto diz que foi encontrado oito horas depois da queda, ainda com vida, mas em estado crítico. “Tinha traumatismo craniano, coluna quebrada, joelho destruído e pulmão estourado”, relata. 
“Eu não sou melhor do que muitos que se foram. É importante valorizar o próximo porque tudo pode acabar de repente”, avalia. Durante a palestra, ele falou ainda de resiliência e valorização das amizades. “Valorizem as pessoas que estiveram ao lado de vocês desde o início da jornada”, disse aos participantes.

Após a tragédia, Neto precisou se reinventar. Além de participar da CPI que investigou o acidente, escreveu o livro “Posso Crer no Amanhã. Relato de Superação e Esperança de Neto, Sobrevivente da Chapecoense” - sobre sua história. Ele se tornou palestrante, levando mensagens de resiliência e esperança em eventos empresariais. “Tudo o que vivi não foi obra do acaso. Hoje olho para a minha família e entendo o propósito da minha vida. A vida é muito curta para viver de qualquer jeito”, concluiu.

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DÉBORA PINHO DE ALENCAR LIMA
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