A Comunicação Interventricular (CIV) é a cardiopatia congênita mais comum do Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 30 mil crianças nascem com o problema ao ano. Desse número, por volta de 12 mil pacientes precisam realizar a cirurgia ainda no primeiro ano de vida. Segundo o Dr. Carlos Tosiuman, pediatra do Hospital Santa Catarina - Paulista, a CIV ocorre quando há uma abertura anormal na parede que separa os ventrículos direito e esquerdo, permitindo a passagem de sangue entre os dois lados.
De acordo com o médico, a alta prevalência da doença está associada, principalmente, a pequenas falhas no processo de fusão no septo ventricular, que separa os ventrículos do coração. “Além disso, a CIV, que é compatível com a vida humana, diferente de outras cardiopatias, muitas vezes é assintomática e por isso é sub diagnosticada, dificultando sua identificação entre os pacientes.” explica o especialista. Em muitos casos, a abertura se fecha espontaneamente até os dois primeiros anos de vida.
Sintomas e processo de diagnóstico
Os sintomas podem se manifestar de forma silenciosa e grave. Quando a doença não é identificada a tempo, existe a possibilidade de evolução para quadros de insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar, infecções respiratórias recorrentes, atraso no crescimento e risco de morte. Mas, como ficar atento aos primeiros sinais e evitar consequências mais graves? Muitas vezes, a CIV é detectada ainda no pré-natal. Logo após o nascimento, é importante ficar atento aos seguintes sintomas nos bebês:
O diagnóstico acontece por meio do ecocardiograma, que avalia o impacto hemodinâmico, ou seja, a alteração no fluxo e na pressão do sangue dentro do coração e dos vasos.
O fechamento espontâneo da Comunicação Interventricular depende de três fatores, de acordo com o Dr. Carlos:
Cirurgia e futuro da criança
A realização de cirurgia ou cateterismo, uma espécie de fechamento percutâneo, se torna inevitável em alguns contextos. O primeiro é quando a Comunicação Interventricular causa um desvio significativo de sangue do ventrículo esquerdo para o direito, levando a criança a ter insuficiência cardíaca e hipertensão pulmonar. O segundo é a ausência do fechamento espontâneo nos primeiros anos de vida, mesmo que a criança seja assintomática, para evitar problemas a longo prazo. Outro cenário é quando o bebê passa por complicações, como insuficiência aórtica, endocardite bacteriana, arritmias e hipertrofia ventricular.
A recuperação da cirurgia costuma ser bem-sucedida, mas alguns cuidados são necessários para o pós-operatório, envolvendo o tempo adequado de internação, monitoramento e suporte respiratório. Depois da alta, as atividades mais tranquilas podem ser retomadas em 2 a 4 semanas. O esforço físico intenso fica restrito entre 6 a 8 semanas. Na maioria das vezes, as crianças retomam a vida normal após 2 ou 3 meses com acompanhamento cardiológico regular. Após a melhora completa, a pessoa pode levar uma vida completamente normal, o que inclui a prática de esportes recreativos e competitivos, a partir da avaliação do cardiologista.
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CAMILA RIBEIRO PARREIRA
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