Última semana da temporada de "Visitando Camille Claudel", no teatro Gláucio Gill
Adriana Rabelo encerra temporada de sucesso do seu monólogo que mergulha na trajetória da escultora francesa
LIA SIMÕES.
18/08/2025 13h06 - Atualizado há 12 horas
João Mário
O monólogo Visitando Camille Claudel encerra temporada no Teatro Gláucio Gill nesse fim de semana com sessões sábado, domigo e segunda, às 20h. Estrelada por Adriana Rabelo e com direção e texto de Ramon Botelho, a peça é muito mais do que uma biografia cênica. O espetáculo mergulha na trajetória da escultora francesa Camille Claudel (1864–1943), cujo talento foi obscurecido por preconceitos de gênero e pela exclusão social. Aluna e parceira do escultor Auguste Rodin, Camille teve sua carreira interrompida por uma longa internação psiquiátrica, ocorrida sem diagnóstico claro e sem seu consentimento, onde permaneceu por mais de 30 anos. O texto destaca sua luta por reconhecimento em um meio artístico masculino e explora as consequências da marginalização feminina no campo da arte e da saúde mental. Embora ambientada entre os séculos XIX e XX, Visitando Camille Claudel propõe um diálogo com o presente ao tratar de temas como: Igualdade de gênero, Saúde mental e estigmas, Reconhecimento da mulher no mercado de trabalho e Luta antimanicomial. Segundo a equipe, a montagem busca sensibilizar o público sobre a persistência de práticas de silenciamento, especialmente contra mulheres e provocar reflexões sobre políticas públicas de cuidado e escuta. A atriz Adriana Rabelo vive Camille com base em uma preparação intensa, que começou em 2005. Ao longo desses anos, ela se dedicou a compreender a artista profundamente: leu cartas da escultora, frequentou aulas de escultura, desenho e manipulação de bonecos, posou como modelo vivo para escultores e visitou uma instituição psiquiátrica. Em Paris, encontrou-se com Anne Delbée, autora do livro Camille Claudel: Uma Mulher, e percorreu lugares importantes da trajetória da escultora, como o Museu Rodin. “Hoje, em 2025, com mais maturidade tenho um olhar mais consciente dessa mulher que foi vítima de uma sociedade machista porque ousou questionar os padrões impostos na época e foi punida com o isolamento e o esquecimento”, conta Adriana. O espetáculo propõe uma nova forma de contar a história de Camille: não apenas como a de uma “louca esquecida”, mas como a de uma mulher criativa, ferida por um sistema opressor. A peça transforma dor em reflexão social, propondo a arte como forma de reparação simbólica e denúncia. “Ao dar voz a quem foi silenciado, a montagem reafirma o papel da arte como instrumento político e humano”, afirma a produção. Domingo, dia 24, teremos um bate-papo ao final do espetáculo com Viviane Mosé, filósofa, psicanalista e poeta. Serviço Peça: Visitando Camille Claudel Quando: Até 25 de agosto – sábados, domingos e segundas, às 20h Onde: Teatro Gláucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, Copacabana, RJ Ingresso: http://funarj.eleventickets.com/ (escolher Teatro Gláucio Gill e data) Classificação indicativa: 14 anos Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ALESSANDRA GARCINDO DAYRELL
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