Antes mesmo de a agulha tocar a pele, a tatuagem já nasce como ideia, carrega histórias e expressa identidades. E foi justamente sobre esse universo artístico, repleto de técnica, disciplina e oportunidades, que os adolescentes da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Santo André I e II, vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, mergulharam no dia 22 de julho, durante uma palestra do tatuador Jean Silva Gaia. A atividade reuniu mais de 70 jovens interessados em conhecer de perto o mercado de trabalho e os cuidados e responsabilidades que envolvem a profissão.
Com 13 anos de experiência na área, Jean compartilhou sua trajetória, desde os primeiros passos na arte até as experiências internacionais na Espanha e na Itália. Ele é vencedor de três prêmios no Tattoo Week em São Paulo e no Rio de Janeiro e possui especialização em dois estilos distintos: New School, marcado por cores vibrantes, desenhos exagerados e traços marcantes, e Realismo Colorido, que busca reproduzir imagens com alta fidelidade, como fotografias, utilizando uma ampla gama de cores para criar profundidade e detalhes.
Durante a apresentação, os adolescentes puderam observar de perto os equipamentos e materiais utilizados, enquanto o palestrante explicava cada etapa do processo e respondia às dúvidas dos participantes. Jean destacou ainda os desafios da profissão, a importância da higienização adequada, o uso correto de agulhas e tintas, além dos cuidados no pós-procedimento para garantir a saúde e a qualidade do trabalho.
O profissional reforçou também a importância de procurar um tatuador habilitado caso os adolescentes desejem fazer uma tatuagem, medida essencial para prevenir riscos como a transmissão de doenças e garantir um resultado seguro e de qualidade.
Para o diretor do CASA Santo André I, Marcelo Aparecido de Campos, a palestra trouxe um olhar importante sobre uma profissão que desperta interesse nos jovens. “A tatuagem, além de expressão artística, é uma atividade que exige técnica, responsabilidade e ética. Mostrar o mercado de forma realista e profissional ajuda nossos adolescentes a compreenderem o valor do trabalho bem-feito e as oportunidades de carreira.”
Já o diretor do CASA Santo André II, André Luiz Martins Barboza, destacou a interação entre o palestrante e os adolescentes. “Os jovens ficaram atentos a cada detalhe e puderam fazer perguntas diretamente ao profissional. Essa troca enriquece o aprendizado e contribui para que eles vislumbrem caminhos possíveis no futuro.”
“Nosso compromisso é oferecer experiências que conectem os adolescentes com o mundo do trabalho, incentivando talentos e mostrando profissões que exigem disciplina, preparo e qualificação. É uma forma de construir oportunidades concretas de reinserção social”, afirmou a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.
Sobre a Fundação CASA A Fundação CASA aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social. Mais informações em:
https://fundacaocasa.sp.gov.br/.
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