Biologia no Enem: veja como a disciplina é cobrada e dicas de estudos

Professores apontam os conteúdos mais cobrados, o que priorizar nos estudos e estratégias para gabaritar

VAGNER LIMA
15/08/2025 10h31 - Atualizado há 13 horas

Biologia no Enem: veja como a disciplina é cobrada e dicas de estudos
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A Biologia é uma das disciplinas mais representativas na prova de Ciências da Natureza do Enem e, por isso, merece atenção especial dos candidatos. Os temas abordam desde conceitos básicos até aplicações práticas do cotidiano, exigindo interpretação, análise crítica e domínio de vocabulário técnico.

Para ajudar os estudantes a se prepararem de forma estratégica, quatro professores de Biologia compartilham orientações sobre como a disciplina costuma ser cobrada, os conteúdos que mais aparecem, o que os alunos precisam saber e dicas para conquistar uma boa pontuação.


Como a disciplina costuma ser cobrada na prova?

Biologia aparece de forma expressiva, entre 17 e 19 questões no Enem. É comum que os enunciados das perguntas misturem temas da disciplina com Química e Física, tornando-as interdisciplinares. As questões abordam o conteúdo em diferentes linguagens como na forma de gráficos, tabelas e experimentos, e exigem do aluno a capacidade de aplicar o conhecimento teórico a situações reais.

“O Enem prioriza a contextualização. As questões de Biologia, em geral, partem de situações-problema e pedem a análise de dados e visão crítica. Não basta memorizar o conteúdo: é essencial compreender os processos biológicos e seu impacto na sociedade. Por isso, é necessária a análise criteriosa dos enunciados e verbos de comando de cada questão”, destaca o/a professor(a) do colégio Progresso Bilíngue, de Campinas/SP, Luccas Zillig.

O que os alunos precisam saber para responder as questões?

Mais do que conhecer fórmulas ou classificações, os estudantes precisam entender os mecanismos por trás de fenômenos naturais e avanços tecnológicos. O Enem valoriza, por exemplo, a relação entre saúde pública e microbiologia, ou entre genética e biotecnologia.

“Ter domínio sobre o funcionamento do corpo humano, cadeia alimentar, ciclo da água, entre outros, é importante. Mas é o raciocínio científico que faz a diferença. O aluno deve saber interpretar situações e propor soluções, como faria um cidadão consciente em temas ambientais ou sanitários”, analisa Henrique Barreto Andrade Dias, coordenador pedagógico do Brazilian International School – BIS, em São Paulo/SP.

Quais conteúdos mais costumam aparecer na prova?

De acordo com a professora de Biologia da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo/SP, Gabriela Kirsten, os temas mais recorrentes são:
  • Ecologia: ciclos biogeoquímicos, cadeia alimentar, impactos ambientais, sustentabilidade;
  • Citologia: estrutura e função das organelas, transporte celular, metabolismo;
  • Genética e biotecnologia: hereditariedade, engenharia genética, testes e diagnósticos;
  • Fisiologia humana: sistemas do corpo humano e seus distúrbios;
  • Evolução e origem da vida: seleção natural, teoria evolutiva, adaptação das espécies;
  • Imunologia: vacinas, vírus e bactérias, doenças infecciosas;
  • Parasitologia: doenças endêmicas, profilaxia e vetores;
  • Botânica: aborda principalmente o funcionamento das plantas e suas relações com o ambiente e outros seres vivos.

“Ecologia, por exemplo, aparece quase todos os anos, pois permite discutir desde desmatamento até mudanças climáticas. São temas atuais, com forte apelo interdisciplinar e social, e que exigem do aluno não só conhecimento, mas visão crítica”, explica a docente da Aubrick.

Dicas para gabaritar a parte de Biologia

Para conquistar um bom desempenho, a coordenadora pedagógica da Escola Internacional de Alphaville - EIA, de Barueri/SP, Juliana Nico, recomenda que o estudo vá além da leitura passiva. Exercícios, mapas mentais e discussões em grupo são estratégias eficazes.

“O segredo é revisar conteúdos-chave com frequência e resolver provas antigas. Assim, o aluno aprende a identificar padrões de cobrança e a se familiarizar com a linguagem do Enem. Outra dica é conectar o conteúdo à realidade, como discutir temas de saúde pública ou biodiversidade com base em notícias publicadas pela imprensa”, aconselha a educadora. Ela também destaca outras boas práticas:
  • Use mapas mentais e esquemas: ajudam a visualizar conexões entre os temas;
  • Resolva simulados por tema: facilite a identificação de lacunas de conhecimento;
  • Atualize-se com notícias científicas: o Enem costuma contextualizar os temas com eventos recentes;
  • Fique atento à linguagem científica: interpretar corretamente os termos técnicos faz diferença.
O Enem

A prova foi criada pelo Ministério da Educação em 1998, para avaliar o desempenho dos estudantes brasileiros ao final da educação básica. Com o passar dos anos, o Enem teve sua metodologia aperfeiçoada e atualmente é requisito obrigatório para acesso a programas educacionais como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa Universidade para Todos (ProUni) e Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

Este ano, as provas serão aplicadas nos dias 09 e 16 de novembro, dois domingos seguidos. No primeiro dia de prova, os alunos realizarão as questões das áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (compreende Língua Portuguesa, Literatura, Língua Estrangeira/Inglês ou Espanhol, Artes, Educação Física e Tecnologias da Informação e Comunicação) e Redação; e Ciências Humanas e suas Tecnologias (compreende História, Geografia, Filosofia e Sociologia).

No segundo dia, as provas serão de Ciências da Natureza e suas Tecnologias (compreende Química, Física e Biologia) e Matemática e suas Tecnologias. O certame registrou mais de 5,5 milhões de inscrições, de acordo com o Ministério da Educação – número que supera a edição anterior de 2024, com aumento de 8% no número de inscritos.

Os especialistas

Gabriela Chaves Kirsten é licenciada e bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, e mestra e doutora em Ciências/Neurofisiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Atua na Educação há mais de 12 anos, com experiência no ensino de Ciências e Biologia para os anos finais do Ensino Fundamental. É professora da Escola Bilíngue Aubrick.

Henrique Barreto Andrade Dias é licenciado em Geografia e Sociologia, possui especialização em projetos para o terceiro setor e pós-graduação em Psicologia Positiva, Neurociência, Mindfulness, Neuropsicopedagogia e Neurociência Aplicada à Aprendizagem. Atua na área da Educação há 18 anos e atualmente é coordenador pedagógico do currículo brasileiro do Brazilian International School.

Juliana Andreoni Nico é licenciada em Matemática, Biologia e Pedagogia, com doutorado em Bioquímica e Biologia Molecular pela Universidade de São Paulo (USP). Atuando na Educação há mais de 20 anos, acumula experiências como docente em instituições bilíngues e internacionais. Possui certificações em programas do IB (International Baccalaureate) e atualmente é coordenadora pedagógica na Escola Internacional de Alphaville.

Luccas Henrique Martin Teixeira Zillig é licenciado em Ciências Biológicas pela UNICAMP e pós graduando na área de gestão de projetos. Atua na educação há 10 anos como professor de Biologia e orientador pedagógico. É tetracampeão da OBSMA (Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz) e foi considerado Professor do ano em 2024 pelo Ipope.

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VAGNER ADACIANO DE LIMA
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FONTE: FSB Comunicação
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