Amamentação: especialista da Inspirali dá dicas e alertas sobre o tema
Desinformação e questões de saúde podem prejudicar o aleitamento correto
JULIANA ANTUNES
14/08/2025 16h56 - Atualizado há 3 horas
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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é que bebês recebam aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e, se possível, que tenham uma amamentação continuada, junto com outros alimentos, até dois anos ou mais. Porém, no Brasil, embora quase 100% das mulheres iniciem a amamentação, quase dois terços param no meio do caminho por razões diversas, que vão desde questões de saúde até desinformação. Pensando em reunir informações e dicas necessárias para as futuras mamães, a Inspirali, ecossistema que atua na gestão de 15 escolas médicas em diversas regiões do Brasil, convidou a Dra. Flavia Schaidhauer, consultora em Lactação e professora da UniSul. Confira: - Benefícios para o bebê: Proteção imunológica, já que o leite materno contém anticorpos (IgA) e células de defesa que reduzem infecções (gastrointestinais, respiratórias, otites). Nutrição ideal, pois contém uma composição balanceada de proteínas, gorduras, vitaminas e lactose, adaptando-se às necessidades do bebê. Redução de doenças crônicas, reduzindo risco de obesidade, diabetes tipo 1, alergias e leucemia infantil. Desenvolvimento cognitivo, pois crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de QI. Proteção contra mortalidade infantil, sendo que reduz em até 13% da mortalidade em crianças menores de 5 anos, segundo a OMS. - Benefícios para a mãe: Recuperação pós-parto, pois a ocitocina liberada durante a amamentação ajuda o útero a voltar ao tamanho normal e reduz sangramentos. Prevenção de doenças, sendo reduzido o risco de câncer de mama, ovário, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Vínculo afetivo, fortalecendo a conexão mãe-bebê por meio do contato pele a pele. Além disso, é um método econômico e prático, que não requer custos e está sempre disponível. - Idade ideal para o desmame: A OMS recomenda aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e continuado (com introdução de alimentos sólidos) até 2 anos ou mais, desde que mãe e bebê queiram. Não há um limite rígido, pois varia conforme necessidades individuais. O desmame é uma questão complexa, deve ser evitado antes dos 18 meses. - Soluções para baixa produção ou dificuldade na pega: Recomenda-se a avaliação de um especialista. Consultar um pediatra ou consultor em lactação para entender o que está acontecendo. Hoje a amamentação é uma área da saúde bastante específica, e cada caso de dificuldade de amamentação deve ser avaliado individualmente. Geralmente, corrigir posicionamento e a pega é primeiro passo fundamental. - Bebês sem leite materno: O leite humano é único em propriedades, proteção e nutrição. O bebê, que não é amamentado, deixa de receber benefícios que só o leite humano tem. Nenhum leite artificial se compara ao leite humano. - Uso de mamadeiras e chupetas: Não são recomendados nos primeiros meses, pois há risco de "confusão de bicos" e desmame precoce. Temos alternativas mais protetoras, como copinhos, colheres ou sistemas de relactação, que são preferíveis, porém depende de cada família essa adaptação. - Dieta durante a amamentação: Aumento calórico: +500 kcal/dia (priorizar proteínas, grãos integrais, frutas e vegetais). Hidratação. Beber água conforme a sede (3L/dia em média). A alimentação da lactante deve ser saudável, com comida de verdade. Devemos evitar retirar múltiplos alimentos. Só retirar alimentos da dieta materna, com orientação médica e nutricional. - Contraindicações absolutas para amamentação: Apenas nos casos de o bebê com galactosemia (doença metabólica rara), mãe com HIV+ (em países sem acesso a terapia antirretroviral segura) ou uso de drogas ilícitas/quimioterápicos pela mãe. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
JULIANA ANTUNES SANTOS
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