Expressamos nossa profunda consternação e veemente condenação às justificativas apresentadas pelo Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Embaixador Celso Amorim, para a saída do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), em entrevista concedida na última segunda-feira (11). A decisão do governo Lula de retirar o Brasil dessa importante aliança ocorre em meio a uma crise diplomática com Israel.
Segundo o Embaixador Amorim, a retirada foi motivada pela percepção de que o governo brasileiro estava sendo “manipulado” pela aliança. Ele afirmou que o Brasil não pode aceitar que a IHRA utilize sua definição não vinculativa de antissemitismo para dificultar os esforços pela criação de um estado palestino e o reconhecimento de dois Estados em fronteiras seguras, solução reconhecida pelo Brasil em 2020. Essa percepção, todavia, não é verdadeira, uma vez que a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, criada na década de 1990 e à qual o Brasil aderiu em 2021, tem como foco primordial combater o antissemitismo e promover a educação sobre o Holocausto em todo o mundo.
A saída do Brasil da IHRA, com base nas justificativas apresentadas, representa um retrocesso lamentável, que enfraquece o compromisso do país com a preservação da memória do Holocausto e a luta contra o antissemitismo — especialmente no contexto brasileiro atual, que exige vigilância e educação permanentes.
O Brasil enfrenta um crescimento alarmante da apologia ao nazismo e da proliferação de células neonazistas, cenário que demanda o fortalecimento urgente da educação sobre o Holocausto e da preservação da memória histórica. Dados recentes indicam um aumento exponencial dessas células e um crescimento expressivo no número de denúncias online relacionadas à apologia ao nazismo.
Nesse contexto, a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto constitui uma ferramenta essencial para o Brasil. O conhecimento do passado é fundamental para prevenir novas atrocidades, e a educação sobre o Holocausto é decisiva para proteger a memória histórica e impedir a disseminação das ideias e práticas que levaram a tais crimes. É imperativo que o Brasil mantenha seu engajamento com iniciativas como a IHRA, que promovem uma educação sólida e contínua, indispensável para o combate ao ódio.
A saída da IHRA, pelas razões expressadas, ignora a urgência de enfrentar o antissemitismo e de promover o ensino sobre o Holocausto em um país que vivencia um ressurgimento preocupante de ideologias extremistas. Instamos o governo brasileiro a reavaliar sua decisão e reafirmar seu compromisso incondicional com os princípios e objetivos da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto.
StandWithUs Brasil
Sobre a StandWithUs Brasil
A StandWithUs Brasil é uma organização educacional dedicada a ensinar pessoas de todas as idades sobre Israel e a combater o extremismo e o antissemitismo.
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ANA CAROLINA FIGUEIRA RUTKOSKI
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