A magia da festa de Sant Jordi em Barcelona: uma celebração que transforma o amor e a literatura em experiência inesquecível

Um dos aspectos mais fascinantes de Sant Jordi é a forma como a literatura deixa de ser um objeto estático nas prateleiras e ganha vida nas mãos das pessoas

RENATO LISBOA
06/08/2025 14h08 - Atualizado há 5 horas

A magia da festa de Sant Jordi em Barcelona: uma celebração que transforma o amor e a literatura em
AHBLA
Há certos momentos na vida que transcendem a mera observação e se tornam memórias indeléveis, capazes de marcar a alma para sempre. Assim é a Festa de Sant Jordi em Barcelona, um daqueles raros eventos em que a cidade inteira parece respirar literatura e amor, transformando suas ruas em um grande palco de celebração cultural. Não se trata apenas de um dia dedicado aos livros e às rosas, mas de uma experiência coletiva que emociona, inspira e reconecta as pessoas com a beleza das histórias e dos afetos. Pelo segundo ano consecutivo, a Academia Hispano-Brasileña de Ciencias, Letras y Artes (AHBLA) teve a oportunidade de viver essa imersão mágica, confirmando que Sant Jordi não é apenas uma tradição catalã, mas um fenômeno universal que toca corações e mentes de todos que têm o privilégio de participar.
Caminhar pelas ruas de Barcelona no dia 23 de abril é como adentrar um sonho literário. A cidade, já por si só repleta de charme e história, se transforma em um grande salão ao ar livre, onde livros e rosas são os protagonistas. As Ramblas, o Passeig de Gràcia e as praças centrais ficam tomadas por uma multidão alegre e diversa, unida por um mesmo propósito: celebrar a palavra escrita e o amor em suas mais variadas formas. O costume de presentear com uma rosa e um livro, em homenagem à lenda de Sant Jordi (São Jorge), não é apenas um gesto simbólico, mas um ritual que alimenta a alma. Ver casais trocando flores, amigos discutindo suas últimas leituras e crianças encantadas com contos de fadas é uma cena que comove até o mais cético dos observadores. A atmosfera é tão envolvente que parece que, por um dia, o mundo para para lembrar que, acima de tudo, as histórias e os afetos são o que nos mantém humanos.
Um dos aspectos mais fascinantes de Sant Jordi é a forma como a literatura deixa de ser um objeto estático nas prateleiras e ganha vida nas mãos das pessoas. Os inúmeros estandes espalhados pela cidade, montados por livrarias, editoras e autores independentes, formam um verdadeiro labirinto de possibilidades literárias. É impossível não se sentir pequeno diante de tantas obras, gêneros e vozes diferentes, cada uma com seu próprio encanto. Folhear um livro em meio àquele burburinho, ouvir o autor ao lado explicando sua inspiração, debater com um desconhecido sobre um trecho marcante – tudo isso faz parte da experiência. E, claro, há a dor de não poder levar todos os livros para casa, pois cada página parece sussurrar promessas de viagens imaginárias e descobertas profundas. Mas essa "dor" é, na verdade, deliciosa, pois é o preço de estar imerso em um universo tão rico e plural.

No entanto, Sant Jordi vai muito além da simples venda de livros. É um dia de conexão genuína, em que escritores e leitores se encontram sem barreiras, onde editores e aspirantes a autores trocam ideias como velhos amigos, e onde o ato de presentear uma rosa se torna uma declaração silenciosa de afeto. Para a AHBLA, participar dessa festa pelo segundo ano consecutivo foi uma oportunidade de fortalecer laços entre as culturas hispânica e brasileira, mostrando que a literatura não tem fronteiras. Foi também uma chance de perceber como um evento assim pode ser transformador: não apenas pelo aspecto comercial, mas pela maneira como ele reúne pessoas em torno de uma paixão comum. Em um mundo cada vez mais digitalizado e acelerado, Sant Jordi lembra que há algo profundamente humano no ato de segurar um livro, de presentear algo tangível, de conversar olho no olho sobre as histórias que nos moldam.
E, assim como um bom livro, a experiência de Sant Jordi parece terminar muito rápido. Quando o dia se despede e as luzes da cidade começam a acender, há uma sensação de que tudo aquilo foi um sonho – um sonho coletivo, é claro, mas ainda assim efêmero. É por isso que cada minuto precisa ser vivido com intensidade: desde o cheiro das rosas frescas até o barulho das páginas sendo viradas, desde os autógrafos rabiscados com dedicatória até os sorrisos trocados entre estranhos que, naquele dia, não são tão estranhos assim. A AHBLA, ao reviver essa experiência mais uma vez, reafirma seu compromisso com a literatura como força unificadora e celebração da vida. Porque Sant Jordi não é apenas uma data no calendário. É um lembrete de que, mesmo em um mundo cheio de incertezas, ainda há espaço para a beleza, para o amor e para a magia das histórias – e isso, sem dúvida, é algo que vale a pena celebrar.

 

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RENATO DOS SANTOS LISBOA
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FONTE: AHBLA
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