Artigo: Miramos na instabilidade do dólar e acertamos no tarifaço
Por Laudelino Risso
SIMONE VALENTE
07/08/2025 13h00 - Atualizado há 6 horas
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Faz dois anos que iniciamos a expansão de nossa marca para os Estados Unidos. É claro que, antes disso, nos preparamos financeiramente, porque sabíamos que internacionalizar a marca, da forma como pretendíamos, consumiria um alto capital – e não queríamos depender de nenhum financiamento. Então, bem lá atrás, começamos a poupar, literalmente, para esse objetivo. Quando dispusemos de cerca de R$ 1 milhão, nos vimos preparados para contratar consultorias brasileiras (especializadas em internacionalização de franquias) e estrangeiras (especializadas na implantação de marcas lá, especialmente de saúde) para que toda a operação se consolidasse. Foram meses de reuniões, viagens, estudos mercadológicos, mapas de viabilidade, análise do comportamento profissional local, entendimento das necessidades dos consumidores e, principalmente, desenvolvimento de fornecedores locais. Somos uma empresa muito peculiar, sem concorrentes diretos. Eu e meu sócio, André Pêgas, somos fisioterapeutas especializados no tratamento não-invasivo e não-cirúrgico de hérnia de disco e reabilitação da coluna vertebral. A partir de protocolos próprios, desenvolvidos em nossa empresa, alcançamos 98% de resultado clínico – ou seja, em cada 100 pacientes atendidos em nossas clínicas, 98 não precisam passar pela cirurgia de hérnia de disco após serem tratados com nossa metodologia. E esses protocolos envolvem um maquinário especial, desenvolvido por nós, que poderia ser importado do Brasil – mas que nos empenhamos em desenvolver fornecedores locais para oferecer às unidades próprias e futuras franqueadas tudo o que fosse preciso para que a operação não ficasse refém da dolarização. E assim foi feito. A primeira unidade Doctor Hernia foi inaugurada em janeiro de 2025. É uma clínica própria, em Miami, que a franqueadora está pilotando para entender bem o mercado e suas peculiaridades, antes de franquear. Inclusive, os multifranqueados brasileiros da Doutor Hérnia estão na lista dos primeiros investidores da marca nos Estados Unidos. E veio o tarifaço, tão alardeado e temido – com razão! – para as empresas brasileiras. Confesso que sentimos um certo alívio pela decisão que tomamos lá atrás, quando decidimos desenvolver fornecedores nos Estados Unidos que suprissem a necessidade de equipamentos para nossas unidades. Ainda estamos entendemos o mercado dos Estados Unidos. Não é fácil operar lá, especialmente porque a mão de obra especializada em Fisioterapia é bastante diferente da disponível no Brasil. Somos a empresa brasileira que mais emprega fisioterapeutas e nos orgulhamos disso, valorizamos essa categoria profissional e temos, inclusive, muitos fisioterapeutas dentre nossos franqueados – ainda que não seja obrigatório ser um fisioterapeuta para ser nosso franqueado no Brasil. Entretanto, nos Estados Unidos, essa questão muda. Lá, obrigatoriamente, é necessário ter um fisioterapeuta como sócio para ser franqueado da Doctor Hernia, já que percebemos que essa responsabilidade torna a operação mais comprometida e eficiente. Voltando ao tarifaço e suas consequências, hoje percebemos que nos protegemos das oscilações do dólar, sem saber que viria essa alta taxação e ela poderia inviabilizar nossa operação nos Estados Unidos. Internacionalizar uma marca não é simples e há mais questões envolvidas do que se possa imaginar – inclusive depois de que tudo já está rodando. *Laudelino Risso é sócio-franqueador da Doutor Hérnia, franqueadora com 270 clínicas de reabilitação de coluna vertebral e hérnia de disco no Brasil. A marca também opera internacionalmente sob a bandeira Doctor Hernia, com uma unidade na Florida (Estados Unidos) e duas no Paraguai. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
Simone Valente
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FONTE: *Laudelino Risso é sócio-franqueador da Doutor Hérnia