O Museu do Futebol foi palco do Fórum Sustentabilidade em Campo nesta última segunda-feira (4/8). O evento reuniu nomes do esporte, da sustentabilidade, dos negócios e do impacto socioambiental. O evento, que foi reservado a convidados e à imprensa, teve como objetivo a discussão das ações ESG no futebol, visando a criação de um índice ESG para inserir e mensurar boas práticas ambientais, sociais e de governança no esporte.
“As práticas de sustentabilidade já estão presentes em algumas partes do ambiente esportivo, com muitos patrocinadores e clubes adotando atitudes importantes. Mas são ações dispersas, falta uma organização única, estratégica", diz Marcelo Linguitte, presidente da iniciativa e especialista em sustentabilidade e ESG, sobre a importância da criação de um índice centralizador ao esporte, que é a missão do evento.
O Fórum integrou a São Paulo Climate Week, um dos principais eventos da América Latina no debate sobre o enfrentamento da crise climática global, realizado até o dia 8 de agosto na capital paulista.
Além de Linguitte, estão à frente do projeto Cleila Teodoro, especialista em Governança, Finanças e Comunicação Sustentável, e Pedro Pugliese, empresário fundador de Hub'sp, Hub Fiel e Ilhatec. O Fórum contou com 8 painéis de conversa com nomes importantes do ecossistema do futebol e do ESG.
Uma das palestrantes convidadas foi Paula Freitas, gerente sênior de sustentabilidade da FIFA. Para ela, a análise ESG dentro das federações tem um papel fundamental.
“No nosso relatório de sustentabilidade de 2014, mapeamos ações que não conseguíamos realizar. Elas se tornaram lições de melhoria que hoje fazem diferença na organização", afirmou Freitas sobre ações ESG na FIFA. “Certamente, a criação do Índice vai ajudar a FIFA a realizar a Copa do Mundo Feminina”, disse ela sobre a meta do Fórum.
Para Ricardo Paul, vice-presidente da CBF, o futebol tem o poder de impactar o comportamento da sociedade como um todo. “É importante implantar ações sustentáveis e aproveitar a audiência do futebol para influenciar e incentivar as pessoas. O futebol fura todas as bolhas", disse durante o painel.
Ele citou ações inéditas de reciclagem no esporte. “No Campeonato Brasileiro, incentivamos a gestão de resíduos. Em outubro, todo o plástico reciclado vai ser reutilizado na construção de um quadra poliesportiva. O lixo do campeonato pode se tornar algo produtivo", afirmou o representante da CBF no evento.
Índice Brasileiro de Sustentabilidade no Futebol
O Fórum iniciou a criação de um Índice Brasileiro de Sustentabilidade no Futebol. A proposta é que anualmente sejam analisadas as ações ESG dos 36 clubes que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil. A análise será anual de acordo com as informações divulgadas publicamente sobre suas políticas de Governança, Social e Meio Ambiente.
Segundo o Fórum, para a realização do Índice, serão encaminhados questionários aos clubes com uma checagem de 72 indicadores de práticas ESG, que serão organizadas em quatro classificações: tema inexistente no clube, tema incipiente, tema presente não formalizado, tema maduro dentro do clube.
A expectativa é que o Índice seja lançado primeiramente ao ecossistema do futebol. Em seguida, é esperado que o parâmetro seja aplicado a diversos esportes.
Copa do Mundo Feminina 2027
Para Linguitte, a urgência do tema no Brasil se dá pela aproximação da próxima Copa do Mundo Feminina em 2027, a ser sediada nas cidades do Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre e Recife.
“Nosso grande objetivo é contribuir com FIFA e CBF para que deixemos um legado para as oito cidades-sede. Estudos mostram que, globalmente, as Copas do Mundo deixam um legado muito pequeno aos locais. Queremos que a população sinta efeitos positivos e contínuos de mobilidade, combate ao racismo, inclusão feminina e empreendedorismo feminino", diz Linguitte.
Segundo o fundador do Fórum, há duas ações previstas pela organização para a Copa 2027: a Rede de Monitoramento Cidadão, uma união de agentes nos municípios que reportará os impactos positivos e negativos da Copa através de um aplicativo à CBF e à FIFA; e o Portfólio de Soluções, grupo de startups que criarão ferramentas utilizáveis nas arenas e pelo poder público local visando ações de sustentabilidade e igualdade de gênero. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
ANA CAROLINE DA SILVA TEBERGA GALVAO
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