Inovação científica chega ao Rio: realidade virtual passa a ser usada em avaliações neuropsicológicas

Tecnologia internacional com base científica será implantada em clínica de desenvolvimento infantil no Rio de Janeiro por iniciativa da neuropsicopedagoga Silvia Kelly Bosi

JúLIA BOZZETTO
05/08/2025 14h25 - Atualizado há 4 horas

Inovação científica chega ao Rio: realidade virtual passa a ser usada em avaliações neuropsicológicas
Divulgação/Potência

A partir de setembro, o estado do Rio de Janeiro contará com uma das ferramentas mais inovadoras e promissoras da neuropsicologia moderna: a avaliação cognitiva por meio de realidade virtual. A iniciativa é da cientista, neuropsicopedagoga e CEO da Potência - Clínica de Desenvolvimento Infantil, Silvia Kelly Bosi, que será uma das pioneiras a implantar a tecnologia no estado e a nível nacional.

Trata-se do uso de óculos 4K com sensores de movimento, desenvolvidos pela empresa espanhola Nesplora, referência mundial em soluções com validade científica para contextos clínicos, educacionais e forenses. Embora já presente no Brasil, essa tecnologia ainda é pouco conhecida e utilizada no país — o que torna sua chegada à clínica de Silvia um marco importante na democratização de práticas avançadas de diagnóstico.

Com mais de 95 mil pessoas avaliadas em 30 países e respaldo de mais de 600 publicações científicas, os protocolos da Nesplora permitem uma análise precisa de funções como atenção, impulsividade, memória, atividade motora e funções executivas. Tudo isso em ambientes virtuais imersivos, nos quais os pacientes interagem com estímulos visuais e auditivos enquanto sensores capturam seu desempenho em tempo real.

“A realidade virtual oferece algo que nenhum teste tradicional consegue: simular o mundo real com rigor técnico e sensibilidade clínica. Isso transforma a forma como observamos o comportamento e, sobretudo, como compreendemos as necessidades individuais de cada paciente. É um avanço importante que me sinto honrada em ofertar aos pacientes do Rio de Janeiro”, afirma Silvia.

Entre os protocolos a serem utilizados estão o AULA e AULA SCHOOL, voltados à avaliação atencional e diagnóstico de TDAH; o SORVETE, que investiga funções executivas e aprendizagem; o SUÍTE, para rastreio de demências; e o AQUÁRIO, voltado ao público adulto, incluindo quadros de estresse e ansiedade. Todos os protocolos são certificados como dispositivos médicos e seguem normas rigorosas de segurança, ética e proteção de dados.

Segundo Silvia, um dos grandes diferenciais da metodologia é a alta validade ecológica, ou seja, a capacidade de simular ambientes reais como salas de aula ou supermercados. “Isso permite diagnósticos mais fidedignos e relatórios mais claros, que apoiam de forma concreta a tomada de decisão clínica, escolar e familiar”, explica.

Além da implantação da tecnologia, Silvia também prepara uma ação social com número limitado de atendimentos a valores reduzidos, buscando ampliar o acesso à inovação para famílias em situação de vulnerabilidade.

“Não basta adotar o que há de mais moderno. É preciso garantir que isso chegue às pessoas que mais precisam. Tornar a ciência acessível é um compromisso de longo prazo que carrego com seriedade”, conclui.

A adoção da realidade virtual no campo das avaliações cognitivas representa um novo capítulo para a neuropsicologia brasileira, com potencial de transformar a qualidade dos diagnósticos e das estratégias de intervenção em diversas áreas do desenvolvimento humano.


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