Em um cenário literário onde personagens femininas em papéis de liderança e combate ainda são exceção, a autora Diana Corrêa surge com Nascida Para a Guerra (Editora Faraó), trazendo à luz Brianna, uma protagonista que desafia estereótipos em um ambiente militar dominado por homens. Em entrevista exclusiva, Corrêa fala sobre suas inspirações, o processo de pesquisa e o poder transformador da literatura.
Questionada sobre o que a motivou a criar uma personagem como Brianna, Diana Corrêa não hesita: "Eu vi mulheres fortes a minha vida inteira, na vida real e em filmes", diz, citando inclusive a influência da Disney. "Sempre entendi que mulheres podem fazer qualquer coisa, desde que se dediquem."
A autora também revela sua paixão por histórias militares, que costumava encontrar mais em filmes do que em livros. "Quando comecei a escrever, a temática militar veio naturalmente, e o protagonismo feminino pareceu mandatório." Para ela, as dificuldades enfrentadas por mulheres em ambientes predominantemente masculinos não são apenas um obstáculo, mas uma oportunidade para construir narrativas mais ricas e realistas.
Corrêa acredita que a literatura tem um papel crucial na mudança de percepções sobre o lugar da mulher na sociedade, especialmente em profissões e espaços historicamente masculinos. "Sou prova viva de que a literatura molda caráter e visão de mundo", afirma.
"Apresentar mulheres em papéis de liderança e combate não é apenas sobre igualdade, mas sobre mostrar que excluí-las desses espaços é um erro. Elas não só podem desempenhar essas funções com excelência, como também trazem perspectivas únicas."
O processo de pesquisa para Nascida Para a Guerra não foi simples. "Algumas informações sobre o universo militar são difíceis de encontrar ou confusas", admite a autora, que recorreu a filmes, séries e conversas com pessoas próximas que têm conhecimento na área.
No entanto, um dos maiores desafios foi retratar a perspectiva feminina em um ambiente militar. "Encontrei muito pouco material sobre isso", revela. "Acabei incorporando minha própria vivência e observações das mulheres ao meu redor, que sempre foram exemplos de força para mim."
Para as leitoras que desejam ver mais representatividade feminina em gêneros como ação e aventura, Diana Corrêa tem um recado claro: "A mudança cabe a nós."
"Cabe às escritoras criarem essas personagens sem medo de críticas, e às leitoras buscarem e apoiarem essas obras. O potencial feminino na literatura ainda está longe de ser totalmente explorado, especialmente em gêneros onde mulheres são subrepresentadas."
Com Nascida Para a Guerra, Diana Corrêa não apenas entrega uma história eletrizante, mas também reforça a importância da representação feminina em todos os espaços — inclusive aqueles onde a presença da mulher ainda é questionada. Seu livro é um convite para que mais autoras e leitoras ocupem esses lugares, provando que a guerra por igualdade também se trava nas páginas dos livros.
Sobre a autora:
Diana Corrêa nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, e atualmente mora em São Gonçalo, no mesmo estado. O primeiro livro inteiro que se lembra de ter lido foi um romance espírita, quando tinha 11 anos, e desde então não parou mais. Começou a escrever para passar o tempo entre as aulas e, durante a adolescência, teve um conto (2011) e uma crônica (2012) publicados pela Folha Dirigida em coletâneas organizadas pela sua escola. Formada em Turismo pela Universidade Federal Fluminense, continua escrevendo nas poucas horas vagas entre o trabalho e os estudos.
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ALEX YAN DA COSTA MENDES
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