Gartner prevê que gastos com serviços de comunicações via satélite LEO atingirão US$ 14,8 bilhões globalmente em 2026
Serviços de comunicações via satélite LEO se tornarão populares à medida que novos usos comerciais e de consumo surjam
Mariana Santos
04/08/2025 10h34 - Atualizado há 2 horas
Imagem de Freepik
Os gastos de usuários finais com serviços de comunicações via satélite de órbita terrestre baixa (LEO) devem atingir US$ 14,8 bilhões globalmente em 2026, um aumento de 24,5% em relação a 2025, de acordo com Gartner, Inc. “Os satélites LEO têm fornecido principalmente conectividade de banda larga para locais remotos onde as redes tradicionais não chegam”, diz Khurram Shahzad, Diretor Analista Sênior do Gartner. “No entanto, novos casos de uso por consumidores e empresas estão surgindo, levando os fornecedores de serviços de comunicação (communications service providers - CSPs) a expandir o mercado. Isso está permitindo que os satélites LEO se tornem uma tecnologia de banda larga corporativa popular.” Os satélites LEO orbitam mais perto da Terra do que a tecnologia de satélite tradicional, proporcionando conexões mais rápidas e menos latência. Isso permite que eles forneçam banda larga de alta velocidade e complementem as redes terrestres tradicionais. O mercado está entrando em uma fase de rápida expansão, com mais de 20 fornecedores de serviços de satélite LEO ativos e mais de 40.000 satélites previstos para os próximos anos. “À medida que os casos de uso continuam a crescer, as empresas e os consumidores podem esperar acesso consistente à Internet e sensoriamento via Internet das Coisas (Internet of Things - IoT) em qualquer lugar, sem serem limitados pela localização”, diz Shahzad. “Até mesmo aviões, navios e plataformas marítimas se beneficiarão dos novos meios de resiliência de rede e de uma Internet onipresente.” O maior crescimento nos serviços de comunicações via satélite LEO em 2026 virá de empresas e consumidores em áreas remotas sem outras opções de conectividade, com um aumento previsto nos gastos de 40,1% e 36,4%, respectivamente. Em seguida, vêm os serviços LEO para conectividade IoT (32%), marítima e aviação (13,8%) e melhoria da resiliência de rede (7,7%). Gastos de usuários finais com serviços de comunicações via satélite LEO, mundial, 2025-2026 (Em milhões de dólares americanos) Segmento | Gastos em 2025 | Crescimento em 2025 (%) | Gastos em 2026 | Crescimento em 2026 (%) |
Sem Alternativas de Conectividade (Consumidor) | 3.015 | 41,9 | 4.113 | 36,4 |
Sem Alternativas de Conectividade (Empresas) | 1.864 | 46,6 | 2.612 | 40,2 |
Melhoria de Resiliência | 2.367 | 9,5 | 2.550 | 7,7 |
Marítima e Aviação | 1.963 | 15,0 | 2.234 | 13,8 |
Conectividade IoT | 1.757 | 36,4 | 2.320 | 32,0 |
Outros | 894 | 5,9 | 935 | 4,5 |
Total | 11.860 | 26,2 | 14.764 | 24,5 |
Observação: "Outros" inclui resposta a emergências, conectividade para locais temporários e baixa qualidade de banda larga com fio. Fonte: Gartner (Julho 2025) Os casos de uso emergentes para serviços de comunicações via satélite LEO podem ser categorizados em quatro áreas distintas: 1. Serviço de banda larga fixa e móvel O principal uso inicial dos serviços de satélite LEO é para conectividade de banda larga fixa e móvel, especialmente para locais remotos e para aumentar as conexões de banda larga existentes. Esses serviços oferecem suporte a casos de uso como conectividade em áreas sem cobertura de banda larga, locais temporários como canteiros de obras ou em navios e aviões. Eles também são usados para comunicação durante respostas a emergências ou para melhorar a resiliência como conectividade de reserva ou backup para a banda larga tradicional. Por exemplo, drones conectados a LEO são usados na Austrália para fornecer conectividade móvel 4G/5G durante desastres naturais, enquanto algumas companhias aéreas dos EUA estão começando a oferecer Wi-Fi de alta velocidade gratuito aos passageiros usando serviços de comunicação via satélite LEO. 2. Conectividade IoT global Os satélites LEO IoT complementam ou até substituem as redes IoT tradicionais para aplicações que necessitam de cobertura global, com requisitos limitados de largura de banda e latência. Eles podem ser usados para rastreamento global de ativos, agricultura, petróleo e gás, recursos naturais, transporte e logística, sensoriamento militar e monitoramento de segurança. Por exemplo, a conectividade IoT global está sendo implementada para terra, mar e ar usando satélites LEO. Na China, uma montadora lançou 20 satélites LEO para melhorar a navegação de veículos autônomos e planeja ter uma constelação de 240 satélites. 3. Complementando serviços de banda larga móvel Os serviços de comunicação via satélite LEO podem complementar a banda larga móvel, fornecendo cobertura contínua e melhorando a experiência do usuário por meio de conexões direct-to-device (D2D) e integração com redes 5G não terrestres. Por exemplo, um CSP da Nova Zelândia lançou um serviço de satélite D2D LEO que permite aos clientes enviar e receber mensagens de texto em 40% do país que não é coberto por torres móveis. Os residentes das Ilhas Cook têm conseguido usar serviços de mensagens de texto via satélite há quase dois anos. 4. Infraestrutura de Backhaul Tanto os CSPs quanto as empresas com operações geograficamente dispersas podem aproveitar os satélites LEO para obter conectividade confiável e de alta largura de banda, suportando aplicações críticas, transferência de dados e necessidades de comunicação independentes das limitações terrestres tradicionais. Por exemplo, os satélites LEO podem fornecer a infraestrutura de backhaul necessária para as operações de agências governamentais e organizações de defesa, que muitas vezes exigem links de comunicação seguros e confiáveis em ambientes remotos ou hostis. “Apesar desses casos de uso em expansão, o setor ainda é incipiente, com várias limitações, incluindo barreiras regulatórias em alguns países e restrições de capacidade em determinadas áreas”, diz Shahzad. “Os serviços LEO também podem encontrar restrições de roaming, falta de interoperabilidade e não são certificados para todas as necessidades marítimas de missão crítica. É importante que os CSPs avaliem as estratégias com base em cada casos de uso.” Tópicos como esses e outros voltados a CIOs (Chief Information Officers) e líderes de TI e negócios, incluindo insights e tendências que moldam o futuro, como aceleração da transformação empresarial, modernização de aplicações, infraestrutura e operações, serão destaque na Conferência Gartner CIO & IT Executive 2025. O evento, que será realizado de 22 a 24 de setembro em São Paulo (SP), mostrará como a liderança e a inovação, combinadas com a adoção de tecnologias de ponta, exercem um papel fundamental nos resultados das empresas. Mais informações estão disponíveis em: https://www.gartner.com/pt-br/conferences/la/cio-brazil Os clientes do Gartner podem ler mais nos relatórios “Forecast: LEO Satellite Communications Services, Worldwide, 2024-2029, 2025” e “Market Trend: Emerging Use Cases for LEO Satellite Communication Services”. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
MARIANA MIRRHA SANTOS
[email protected]