Presença feminina na ciência brasileira atinge marca histórica e sinaliza nova era de inclusão

ANDREIA SOUZA
23/07/2025 15h50 - Atualizado há 1 dia

Presença feminina na ciência brasileira atinge marca histórica e sinaliza nova era de inclusão
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A ciência e a tecnologia no Brasil estão passando por um período de transformação. Impulsionadas por políticas públicas recentes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), mulheres estão conquistando cada vez mais espaço em um setor historicamente dominado por homens. Um reflexo concreto dessa mudança é a nova composição do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que em 2025 registrou o maior número de mulheres em sua história: atualmente, mais de 28% das cadeiras são ocupadas por elas.

Esse crescimento expressivo representa uma mudança de paradigma. Durante décadas, a presença feminina no CCT foi mínima ou inexistente. Entre 1975 e 1996, apenas uma mulher participou do colegiado, e nos seis anos seguintes, nenhuma representante feminina esteve presente. Agora, esse cenário começa a ser revertido com ações estruturadas que têm como foco ampliar a diversidade e garantir que mulheres não apenas entrem, mas permaneçam e prosperem na ciência.

Um dos principais eixos dessa transformação tem sido o incentivo à formação de jovens mulheres desde a educação básica. Iniciativas como o programa Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação têm levado a ciência a escolas públicas e despertado o interesse de milhares de alunas para áreas como matemática, física e tecnologia. Com um investimento de R$ 100 milhões ao longo de três anos, o programa já apoiou mais de 6 mil bolsistas, com atenção especial à inclusão de meninas negras e indígenas.

Outro projeto de destaque é o Futuras Cientistas, que promove experiências de imersão científica para estudantes e professoras do ensino médio. A iniciativa tem se mostrado eficaz ao oferecer vivências concretas no ambiente acadêmico, promovendo identificação e pertencimento. O programa contou com um aporte anual de R$ 1,2 milhão em 2024 e envolveu centenas de participantes.

A empresária e pioneira em tecnologia da informação, Cristina Boner, acompanha de perto esse movimento e considera as ações do MCTI fundamentais para mudar o panorama da ciência no país. "A curiosidade científica nasce cedo, mas para se desenvolver precisa de incentivo, visibilidade e representatividade. O que vemos agora é uma mudança estrutural, com programas que olham para o futuro e preparam o terreno desde a base", afirma.

Cristina Boner destaca ainda a importância de reconhecer publicamente as mulheres que já estão contribuindo com o avanço científico no Brasil. Ela se refere, por exemplo, ao Prêmio Mulheres e Ciência, lançado em 2025, que homenageou pesquisadoras de destaque e instituições que promovem a equidade de gênero no setor. Para ela, esses reconhecimentos têm um impacto que vai além da premiação em si. “Premiar cientistas mulheres é uma forma poderosa de dar visibilidade a histórias que por muito tempo foram silenciadas. É também um estímulo para que outras meninas e mulheres se sintam motivadas a seguir esse caminho”, observa.

Além da formação e do reconhecimento, programas voltados para o empreendedorismo feminino e a permanência de pesquisadoras em áreas tecnológicas estão sendo fortalecidos. Editais específicos para mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas, bem como apoio a startups lideradas por mulheres, vêm sendo implementados com investimentos relevantes. Projetos como o Conecta Startup Brasil e o Centelha têm registrado crescimento constante da presença feminina nas propostas apoiadas.

Cristina Boner acredita que esse conjunto de ações representa mais do que uma resposta à desigualdade: trata-se de uma aposta estratégica no futuro do país. "A inovação precisa de diversidade. Quando mais mulheres entram na ciência, novas ideias surgem, outras perspectivas ganham espaço, e todos se beneficiam com isso. O que o MCTI está fazendo é traçar uma nova rota para a ciência brasileira, uma rota onde o talento feminino não é mais exceção, mas parte essencial da construção do conhecimento", afirma.

 “A equidade de gênero não se constrói com discursos, e sim com políticas públicas consistentes, orçamento e planejamento. Estamos, enfim, deixando de lado o improviso e começando a desenhar um futuro mais justo e mais inteligente para todos”, conclui Cristina Boner.


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Andreia Souza Pereira
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