Infertilidade: A jornada do casal – Como manter a parceria e a saúde mental durante o tratamento
Dados oficiais mostram que fatores masculinos estão presentes em quase metade
PAULO ROBERTO DO AMARAL
20/07/2025 10h00 - Atualizado há 13 horas
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Quando um casal enfrenta dificuldades para engravidar, a atenção muitas vezes se volta para a saúde da mulher. No entanto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de sociedades médicas especializadas indicam que a infertilidade masculina é um fator presente em aproximadamente 50% dos casos. Apesar da alta prevalência, o tema ainda é cercado por tabus que impedem muitos homens de buscar ajuda, adiando diagnósticos e, consequentemente, o sonho de ter filhos.
“A ideia de que a infertilidade é um problema exclusivamente feminino está ultrapassada. É uma questão do casal. Hoje, sabemos que as causas são divididas igualmente entre homens e mulheres, além dos casos em que ambos apresentam fatores ou a causa é indeterminada”, explica o Dr. Alfonso Massaguer, médico especialista em reprodução humana da clínica Mãe. “O preconceito e a desinformação são os maiores inimigos do homem. Muitos associam, erroneamente, fertilidade à virilidade e sentem receio de investigar o problema, o que é um grande erro, pois a maioria dos casos tem tratamento.”
A infertilidade masculina pode ser causada por uma variedade de fatores, que vão desde predisposição genética e condições congênitas até hábitos de vida prejudiciais. Entre as causas mais comuns estão a varicocele, infecções, traumas testiculares, alterações hormonais e o impacto do estilo de vida, como tabagismo, consumo excessivo de álcool e obesidade.
Varicocele: A principal causa tratável de infertilidade masculina Um dos diagnósticos mais frequentes no consultório é a varicocele, a dilatação das veias dos testículos, que afeta a produção e a qualidade dos espermatozoides. “A varicocele é a principal causa reversível de infertilidade masculina. Geralmente surge na adolescência e, por ser quase sempre assintomática, muitos homens só descobrem a condição quando o casal já está tentando engravidar sem sucesso”, alerta Dr. Massaguer.
O diagnóstico é simples, feito por meio de exame físico e confirmado por um ultrassom testicular. Dependendo do grau, o tratamento pode variar desde o uso de medicamentos até procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, que restauram a circulação normal e melhoram significativamente o potencial fértil.
A importância do diagnóstico precoce O primeiro passo para a investigação é o espermograma, um exame simples que analisa a quantidade, a motilidade (movimentação) e a morfologia (formato) dos espermatozoides. Com base nos resultados, o especialista pode solicitar exames complementares, como dosagens hormonais e ultrassonografias.
“Quanto antes o homem procurar um especialista, maiores são as chances de sucesso no tratamento. A medicina reprodutiva avançou enormemente, e hoje dispomos de um arsenal de opções, desde terapias medicamentosas para otimizar a produção hormonal até técnicas de reprodução assistida de alta complexidade, como a fertilização in vitro (FIV) com injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), que podem resolver até casos mais graves de infertilidade”, detalha o especialista que complementa com um alerta sobre o papel crucial da prevenção "Além de romper as barreiras do preconceito, é preciso adorar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos e consultas médicas periódicas. São ações fundamentais para a saúde reprodutiva masculina", finaliza.
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GABRIEL MENEZES DE ALMEIDA
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