Você sabia que as lágrimas desempenham um papel importante na lubrificação, limpeza e proteção da superfície ocular? Elas mantêm os olhos úmidos, fornecem nutrientes essenciais e, ao mesmo tempo, removem partículas estranhas e microrganismos que podem causar irritações ou infecções.
Quando algum dos componentes da lágrima deixa de ser produzido de forma eficiente ocorre a Síndrome do Olho Seco, um problema ocular bastante comum, que afeta milhões de pessoas no mundo todo, e que tem sua prevenção lembrada este mês pela Campanha Julho Turquesa.
O objetivo da campanha é aumentar a conscientização da população para os sintomas, a prevenção e o tratamento da condição, que quando negligenciada pode resultar em danos graves à córnea e afetar a qualidade da visão, com risco de provocar cegueira.
A Dra. Carolina Guimarães, oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco, o HOPE, explica que "quando as lágrimas são produzidas de forma ineficaz, a superfície do olho deixa de receber a proteção e a hidratação que necessita e fica vulnerável a infecções. Alguns dos sintomas são ardor, queimação, irritação, sensação de corpo estranho, coceira e lacrimejamento".
As causas podem ser diversas e a oftalmologista cita algumas delas:
- alterações hormonais: nas mulheres, a menopausa e as variações no ciclo menstrual podem afetar a produção e a qualidade das lágrimas;
- blefaroplastia: o inchaço pós-operatório pode dificultar o fechamento completo das pálpebras e deixar os olhos mais expostos à evaporação das lágrimas;
- cirurgia de catarata: o procedimento pode afetar temporariamente a película lacrimal e causar ressecamento;
- diabetes, artrite reumatoide e síndrome de Sjögren: são condições médicas que podem prejudicar a produção de lágrimas e causar o olho seco;
- envelhecimento: com o avanço da idade as glândulas lacrimais podem se tornar menos eficientes para manter a umidade adequada dos olhos;
- uso de determinados medicamentos: alguns antidepressivos e antialérgicos podem interferir na hidratação dos olhos;
- permanecer muito tempo diante de telas: piscamos menos ao usar dispositivos eletrônicos e isso reduz a lubrificação ocular;
- fatores ambientais: baixa umidade do ar, ventos fortes, fumaça e poluição contribuem para agravar o olho seco.
- má alimentação: consumir produtos processados, açucarados e ricos em gorduras saturadas prejudica a qualidade das lágrimas.
- privação do sono: os olhos precisam descansar e se recuperar o suficiente para manter uma boa lubrificação ocular.
"A Síndrome do Olho Seco é uma doença crônica que não tem cura e que deve ter o tratamento ajustado para o paciente. É muito importante que o oftalmologista identifique quais são as medicações mais eficientes e seguras para cada tipo de quadro, pois nem sempre o uso de lágrimas artificiais é suficiente", reforça a Dra. Carolina Guimarães.
Outro cuidado é não confundir o olho seco com uma alergia ou conjuntivite. O oftalmologista do HOPE Dr. Bernardo Cavalcanti explica que "é preciso realizar uma avaliação criteriosa da superfície ocular e da qualidade da lágrima. Isso pode ser feito com o uso do Keratograph, um equipamento moderno utilizado na oftalmologia para auxiliar no diagnóstico e acompanhamento da síndrome do olho seco".
De acordo com o médico, "outra ferramenta valiosa é a microscopia confocal, técnica de imagem óptica que utiliza um feixe de laser para analisar as células da conjuntiva (membrana transparente que protege a superfície ocular) e da córnea (tecido fino localizado na frente do olho), com riqueza de detalhes".
"Com o uso da tecnologia conseguimos definir tratamentos diferenciados que auxiliam no bom funcionamento das glândulas meibomianas, responsáveis pela produção da camada oleosa que evita que as lágrimas evaporem rapidamente para, dessa forma, combater o olho seco com maior sucesso", finaliza o médico.
Identificar o mecanismo causador da síndrome, fazer o acompanhamento com o oftalmologista, seguir corretamente o tratamento e evitar a automedicação são medidas essenciais para controlar os sintomas do olho seco e evitar complicações. Também é fundamental realizar consultas, ao menos uma vez por ano, para avaliar a saúde dos olhos e prevenir doenças oculares.
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SIEGLIND EIKMEIER
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