Em "Onde há verdade, há poesia" (Albratroz, 164 págs.), Lucia Helena Sider transforma vivências íntimas em arte. Nele, a autora reúne poemas que transitam entre o amor arrebatador, o luto familiar e a reinvenção pessoal, sempre com toques de humor e resiliência. "Era uma história de amor real que eu precisava registrar antes que acabasse — a publicação tornaria o relacionamento ainda mais verdadeiro", confessa a poeta, que na época também processava a perda da mãe. A obra, que começou como um desabafo íntimo, ganhou contornos universais ao abordar temas como finitude, superação e a urgência de viver o presente.
A escrita de Lucia é marcada por uma dualidade: enquanto sua formação científica (é pesquisadora da Embrapa com mestrado em Biotecnologia) lhe confere precisão estrutural, sua veia artística a impulsiona para a experimentação livre. "Escrevo quando os pensamentos não cabem mais na minha cabeça. Começo como se fosse um diário, sem julgamento, e depois lapido, brinco com as palavras", revela. Essa combinação resulta em poemas que alternam entre a crueza confessional e refinadas construções métricas, como nos versos de "Não mais os falsos infinitos" (2021), antologia que marcou sua consolidação no meio literário.
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) 2025 será palco importante para a divulgação de sua trajetória literária. Lucia estará na Casa Escreva Garota (Travessa Gravatá 56c/d) em três momentos: no dia 31/7, às 20h, com a mesa "O amor (d)escrito por palavras e silêncios: viver do momento e da urgência", no dia 1/8, às 13h30, na mesa "Viajar e escrever, embarque conosco nesta jornada!” e também no dia 1/8, às 15h, na mesa "Escrita sem medo: a raiva e o delírio como impulsionadores da (auto)ficção".
Além disso, a autora participará dos lançamentos das antologias do selo Off Flip, no dia 31 de julho, às 18h, na Casa Ofício das Palavras. E no dia 2 de agosto, às 20h30, no sarau promovido na Casa Escreva, Garota.
Sobre a evolução de seu estilo, Lucia reflete: "No começo, era rigorosa com formas e rimas, quase como se a estrutura contivesse a emoção. Com o tempo, aprendi a subverter regras — não por rebeldia vazia, mas para dar voz ao que precisa ser dito". Essa maturidade se reflete em seu próximo projeto, "O nome que você me deu", romance de autoficção que explora luto e herança familiar. "Quis evitar o tom vitimista. Meus personagens são humanos: frágeis, contraditórios, mas sempre buscando luz", adianta.
Sobre a autora
Lucia Helena Sider (São Paulo, 1971) é pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos e escritora residente em Sobral (CE). Publicou "Onde há verdade, há poesia" (2016) e "Não mais os falsos infinitos" (2021), além de integrar mais de 30 coletâneas. Finalista e destaque no OFF FLIP e finalista do Grande Prêmio Haijin do Brasil (2024), participou de eventos como a Bienal do Livro do Ceará e a Feira do Livro de São Paulo. Em 2024, concluiu pós-graduação em Escrita Criativa no LabPub, onde desenvolveu seu primeiro romance.
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ANA LAURA FERRARI DE AZEVEDO
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