Edison Alcaide fala sobre protagonismo em série do Disney Plus e os desafios de atuar fora do Brasil: “Foi como estar na pele dele”

MARCOS MICHALAK
07/07/2025 09h40 - Atualizado há 1 dia

Edison Alcaide fala sobre protagonismo em série do Disney Plus e os desafios de atuar fora do Brasil: “Foi
Isabelle Dohmen - @isabelledohmen.art
O ator brasileiro Edison Alcaide vem ganhando destaque no cenário internacional com sua atuação impactante na série “Caso Jean Charles: Um Brasileiro Morto por Engano no Brasil”, produção disponível mundialmente no Disney Plus. Com roteiro de Jeff Pope (Philomena, Stan and Ollie), produção de Kwadjo Dajan e direção de Paul Andrew Williams, a série de quatro episódios traz à tona um dos casos mais chocantes da história recente envolvendo um brasileiro em território britânico.

Na trama, Edison interpreta Jean Charles de Menezes, eletricista brasileiro morto por engano pela polícia de Londres em 2005. O elenco conta ainda com nomes renomados como Max Beesley, Conleth Hill, Emily Mortimer, Daniel Mays e Russell Tovey.


Em entrevista exclusiva, Edison falou sobre a intensidade do projeto, os desafios de atuar em outro país e a responsabilidade de dar vida a uma história real e sensível.

“Foi uma responsabilidade que eu senti desde o começo. Eu queria muito transmitir quem o Jean era como pessoa – alguém cheio de vida, cheio de ambições. Senti muito respeito, amor e admiração por ele”, revela o ator.
“Durante as filmagens, foi como estar no lugar dele, vivendo a rotina dele.”

Bastidores de uma superprodução internacional

Gravada no Reino Unido, a série teve uma preparação cuidadosa e intensa. Edison destaca a experiência de dividir o set com grandes nomes da dramaturgia britânica, ressaltando o acolhimento e a entrega coletiva da equipe.

“O elenco é sensacional. Eu já conhecia o trabalho de muitos deles e foi emocionante estar ali, trabalhando junto. A energia entre todo mundo era especial. Estávamos todos muito focados em honrar essa história e em ajudar a combater a quantidade absurda de informações falsas sobre o caso.”

Três idiomas, uma missão

Fluente em português, inglês e espanhol, Edison acredita que a pluralidade cultural é uma das suas maiores aliadas na construção de personagens e no avanço da carreira internacional.

“Não é só falar outros idiomas, é se colocar na pele de outras pessoas, conhecer outras culturas. Tudo o que a gente vive pode ser levado pro trabalho. Eu sempre digo que viver é a maior sala de aula que existe.”

Arte como instrumento de transformação

A série sobre Jean Charles não é apenas uma obra dramática, mas também um convite à reflexão sobre temas urgentes como xenofobia, imigração e segurança pública. Edison enxerga o audiovisual como um potente motor de mudança social.

“Esse sempre foi o papel da arte: provocar, abrir a cabeça. O audiovisual tem um poder enorme. Dá pra inspirar mudanças através disso, sim.”

Percurso fora do Brasil: rejeições e resistência

Com trajetória construída em meio a obstáculos, Edison não esconde as dificuldades enfrentadas até conquistar espaço fora do país.

“É muito ‘não’, muita decepção. Eu resisti na teimosia. Às vezes até na raiva, tipo: ‘Ah é? Então vocês vão ter que me aguentar porque eu vou continuar tentando!’”, diz, rindo.

Apesar do reconhecimento, ele segue enfrentando estigmas e padrões pré-estabelecidos sobre a figura do estrangeiro nas produções.

“Sempre tentam te encaixar em caixinhas, naquela ideia limitada do que acham que é um brasileiro. É triste ver a falta de diversidade nas telas. Todo mundo perde com isso.”

Próximos passos

Questionado sobre planos de voltar a atuar no Brasil, Edison foi direto:

“Meu coração está me pedindo muito isso. Estou super aberto a ir pra onde tiver uma história interessante pra contar. Por enquanto, estou em conversas e animado com o que vem por aí.”

Com talento, sensibilidade e visão crítica, Edison Alcaide representa uma nova geração de atores brasileiros que ocupam o mundo com sua arte e sua voz. O papel de Jean Charles é mais do que uma atuação: é um manifesto contra o esquecimento e uma homenagem a todas as vítimas de injustiças que ainda aguardam por justiça.

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