Cidades tecnológicas x inteligentes: você sabe a diferença?

Enquanto algumas metrópoles investem em tecnologia de ponta, outras buscam transformar dados e inovação em qualidade de vida para a população

LUIZ HENRIQUE B. CONDE
03/07/2025 12h50 - Atualizado há 10 horas

Cidades tecnológicas x inteligentes: você sabe a diferença?
Federação ASSESPRO=SP

Painéis solares, semáforos inteligentes, wi-fi público e sensores espalhados pela cidade são símbolos frequentes do que muitos classificam como “cidades do futuro”. No entanto, essa visão, embora tecnológica, está longe de refletir o que realmente define uma cidade inteligente. A diferença entre uma cidade com alto investimento em tecnologia e uma cidade genuinamente inteligente vai muito além do aparato digital disponível. 

“Uma cidade tecnológica pode ter drones, aplicativos, automação e até reconhecimento facial nas ruas, mas isso, por si só, não a torna inteligente”, afirma Paulo Arieiro, Diretor de Smart Cities e Cidades Inteligentes da Federação ASSESPRO-SP. “A verdadeira cidade inteligente é aquela que utiliza a tecnologia como meio, e não como fim. É aquela que coloca as pessoas no centro das decisões.” 

Segundo Arieiro, o equívoco mais comum ao falar sobre cidades inteligentes é associar o conceito exclusivamente ao uso de gadgets e plataformas conectadas. “Claro que a infraestrutura digital é importante, mas o que diferencia uma cidade inteligente é a capacidade de integrar esses recursos a uma gestão estratégica, inclusiva, sustentável e orientada por dados, sempre com foco na qualidade de vida do cidadão”, completa. 

Esse enfoque aparece com clareza em iniciativas globais. Cidades como Copenhague e Zurique são exemplos de como mobilidade urbana eficiente, sustentabilidade ambiental, participação cidadã e governança transparente fazem parte de uma estrutura inteligente. Já no Brasil, Curitiba e Florianópolis têm se destacado pelo uso coordenado de tecnologias em áreas como transporte público, educação digital e gestão de resíduos. 

“Estamos falando de um ecossistema urbano que se adapta às necessidades reais da população. Em vez de apenas instalar câmeras ou criar aplicativos, as cidades inteligentes precisam entender os dados, cruzá-los, criar políticas públicas baseadas em evidências e ouvir a população”, explica Arieiro. Para ele, inteligência urbana é planejar com base em diagnósticos e medir impactos com indicadores claros, o que demanda não apenas tecnologia, mas também visão estratégica e articulação entre setores público e privado. 

Outro ponto central é a inclusão. Uma cidade pode ser altamente digitalizada e, ao mesmo tempo, excludente. “Se a tecnologia só beneficia uma parcela da população, estamos apenas sofisticando as desigualdades. Cidades inteligentes precisam ser acessíveis, conectadas, sustentáveis — e, principalmente, humanas”, enfatiza o diretor da ASSESPRO-SP. 

A Federação ASSESPRO-SP defende que a transformação digital das cidades brasileiras seja feita com governança colaborativa, investimentos em infraestrutura crítica, políticas de inclusão digital e capacitação dos gestores públicos. “A inteligência está em usar a tecnologia para prevenir problemas, não apenas reagir a eles. É ter sistemas que antecipam enchentes, otimizam o transporte, reduzem o consumo de energia e promovem a cidadania ativa”, conclui Paulo Arieiro. 

Na prática, ser uma cidade inteligente não é apenas exibir inovação: é garantir que ela se traduza em bem-estar, eficiência e desenvolvimento sustentável para todos. O futuro das cidades não depende apenas de mais tecnologia, mas de como ela é pensada, aplicada e compartilhada com propósito. 
 

Sobre a Federação ASSESPRO-SP 

A Federação ASSESPRO-SP é uma das principais federações do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil. Desde 1977, a Federação ASSESPRO-SP conecta, fortalece e representa empresas e startups de tecnologia no estado de São Paulo, promovendo inovação, networking e oportunidades. A federação defende os interesses das startups e empresas de tecnologia junto ao governo e parceiros estratégicos, além de oferecer certificações, eventos e consultorias para ampliar o alcance dos negócios. Saiba mais em assespro-sp.org.br.  


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LUIZ HENRIQUE BIANCHINI CONDE
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