Tecnologia 5G FWA leva conectividade de alta velocidade a escolas em áreas rurais do Rio Grande do Norte

Prova de conceito em três escolas foi conduzida pelo Ministério das Comunicações e envolveu parcerias com o CPQD, Qualcomm, Brisanet e Intelbras

GENILSON OLIVEIRA
01/07/2025 12h46 - Atualizado há 3 dias

Tecnologia 5G FWA leva conectividade de alta velocidade a escolas em áreas rurais do Rio Grande do Norte
Foto: divulgação

As redes 5G com tecnologia FWA (acesso fixo sem fio, na sigla em inglês) podem oferecer velocidades equivalentes às da fibra óptica, o que permite seu uso como alternativa para levar banda larga a escolas em regiões distantes que ainda não dispõem de conectividade. Essa foi a principal conclusão da prova de conceito conduzida pelo Ministério das Comunicações em três escolas do Rio Grande do Norte, localizadas em áreas rurais, que envolveu parcerias com o CPQD, Qualcomm do Brasil, Brisanet, Intelbras e Beenoculus Realidade Virtual.  

O principal objetivo do teste foi avaliar a possibilidade e os benefícios da utilização da tecnologia 5G FWA, em ambiente outdoor (com equipamentos instalados do lado de fora das escolas), para atender atividades de ensino e aprendizagem online em áreas remotas da região Nordeste. Para isso, foram escolhidas três escolas situadas na área de atuação do provedor Brisanet, em cidades diferentes do interior do Rio Grande do Norte: Venha Ver, Coronel João Pessoa e Encanto. O critério usado na escolha foi a distância entre a escola e a torre de transmissão do sinal 5G (ERB) da Brisanet - que, nesse teste, varia de 1,6 a 4,7 quilômetros.

“Temos o objetivo de conectar todas as 138 mil escolas da educação básica por meio do programa Escolas Conectadas. O resultado desse piloto mostra que o 5G FWA pode ser uma alternativa rápida e viável, complementando a fibra óptica e a conexão satelital. Isso acelera a implementação da nossa política pública e amplia as possibilidades de inclusão digital no país”, afirmou o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho.

A instalação da infraestrutura de conectividade nas escolas ocorreu em novembro e seu uso foi monitorado pelo CPQD durante cinco semanas, a partir da coleta periódica de indicadores de desempenho para avaliar a qualidade do sinal de internet. A infraestrutura instalada inclui os terminais (CPE) 5G FWA outdoor, fornecidos pela Intelbras, responsáveis por receber o sinal 5G das ERBs (estações rádio base) da Brisanet e distribuir a conexão de internet, via rede Wi-Fi, para computadores, celulares e tablets. Os testes começaram utilizando a frequência de 2,3 a 2,4 GHz, com largura de banda de 50 MHz, e depois passaram para a faixa de 3,5 a 3,8 GHz, com 100 MHz de largura de banda - o que proporcionou maior capacidade de vazão no download.

As três escolas selecionadas para a prova de conceito apresentaram performance parecida, independentemente da distância, com a velocidade média por aluno no maior turno bem maior do que o estipulado pelo programa Escolas Conectadas - que é de 1 Mbps. Em Venha Ver, a escola alcançou a velocidade média por aluno de 39,68 Mbps no turno noturno (o de maior movimento, com 19 pessoas), utilizando largura de banda de 100 MHz. Já a escola de Coronel João Pessoa, que tem 46 alunos no maior turno, registrou a média de 16,2 Mbps por estudante e a de Encanto, com 40 alunos, alcançou a média de 19 Mbps por pessoa  - em ambos os casos, também com 100 MHz de largura de banda.

Gustavo Correa Lima, gerente executivo de Soluções de Conectividade do CPQD, observa que, em cenários onde o número de alunos em cada turno não é alto, é possível obter bons resultados com o uso de 5G FWA para atender escolas em áreas rurais, por exemplo. “A tecnologia FWA é uma alternativa estratégica para atender a demanda por conectividade, uma vez que pode ser implantada rapidamente e com custo reduzido em relação às soluções tradicionais, como redes de fibra óptica. Essa agilidade de implantação permite levar conexões de alta velocidade e qualidade a escolas localizadas em áreas remotas do país, ou com infraestrutura limitada”, afirma.

Em outra prova de conceito realizada no ano passado, no Distrito Federal, o foco foi avaliar a utilização de 5G FWA em ambiente indoor em escolas públicas localizadas em áreas urbanas e populosas. Conduzidos pelo Ministério das Comunicações e o governo do Distrito Federal em parceria com o CPQD, Intelbras e as operadoras Claro e TIM, os testes contaram com a participação de seis escolas, com 2.456 alunos no total. Em uma das unidades escolares, foram registradas velocidades de até 945 Mbps, de acordo com o relatório do CPQD - o que revela o potencial da tecnologia 5G FWA como solução de conectividade complementar às já existentes, como fibra óptica e satélite.


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