"Teimar até que Brote" transforma luta por terra em dança e poesia
Espetáculo do Coletivo Corpo Aberto é inspirado na trajetória das Mulheres do GAU, referência em agricultura urbana na Zona Leste de São Paulo, e conta com a participação de uma agricultora em cena
NOSSA SENHORA DA PAUTA ASSESSORIA DE COMUNICAçãO
30/06/2025 16h48 - Atualizado há 11 horas
Crédito de Leonardo Souzza
Inspirada diretamente na história real das Mulheres do GAU (Grupo de Agricultura Urbana) – coletivo de agricultoras que transformaram terrenos abandonados em hortas comunitárias agroecológicas na Zona Leste da capital paulista – a montagem TEIMAR ATÉ QUE BROTE, do Coletivo Corpo Aberto, mergulha no gesto político e simbólico de semear sonhos onde a cidade só via abandono. O espetáculo de dança com direção de Veronica Avellar e dramaturgia de Rafael Cristiano estreia com apresentações de 4 a 6 de julho, sexta-feira e sábado, 21h e domingo,18h, no Teatro Paulo Eiró. Depois, a montagem faz uma circulação pela cidade de São Paulo com sessões no Centro Cultural Vila Formosa (11 e 13 de julho, sexta-feira, 20h e domingo,14h e 16h); no Mulheres do GAU (17 de julho, quinta-feira, 18h) e no Teatro Flávio Império (18 a 20 de julho, sexta-feira e sábado, 20h e domingo,18h). Com cenas construídas a partir de relatos, vivências e fabulações inspiradas na luta do Mulheres do GAU, a peça convida o público a repensar o valor do cuidado, da coletividade e da ocupação de espaços urbanos. Mais do que um espetáculo sobre plantio, TEIMAR ATÉ QUE BROTE é um manifesto dançado sobre pertencimento, ancestralidade e resistência. No palco, as intérpretes Danielle Rocha, Jennifer Soares, Patricia Bruschini, Thamara Almeida e Veronica Avellar e as intérpretes estagiárias Isa Souza e Keitthy Liz compartilham histórias, lutas e esperanças enraizadas no chão, entre pedras, lixo e trilhos de trem, iluminando a potência das ações comunitárias que resistem ao apagamento urbano. Resistência e poesia TEIMAR ATÉ QUE BROTE parte da pergunta fundamental: “Por onde se começa uma horta comunitária?”. A partir dessa provocação, o público é conduzido por uma narrativa sensível e visceral, que revela o árduo processo coletivo de criar vida em um terreno “condenado a num dá nada”, como muitos espaços da periferia são comumente rotulados. A coreografia celebra a teimosia como força vital e coletiva, capaz de transformar não só a terra, mas também as próprias pessoas que a cultivam. A montagem integra a pesquisa continuada do grupo intitulada Encantarias da Leste, que investiga o corpo, o território e as fabulações de mulheres periféricas. Contemplado pela 36° edição do programa municipal de fomento a dança para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa, TEIMAR ATÉ QUE BROTE traz à cena a resistência e a poesia que brotam da terra cultivada por mulheres da periferia. Agricultoras no palco Para a diretora Veronica Avellar, TEIMAR ATÉ QUE BROTE é um desdobramento natural da trajetória do grupo e nasce do desejo de aprofundar o encontro entre arte e território. Durante a pandemia, o coletivo realizou o filme Terras da Leste, que o aproximou das histórias potentes das agricultoras urbanas da Zona Leste. “Esse espetáculo é uma sequência desse processo, mas agora com o corpo presente em cena, com o suor, a terra e o gesto compartilhado. Queremos homenagear essas mulheres que insistem em cultivar vida onde só enxergam abandono. É também uma forma de olhar para os espaços áridos do nosso território como imensidões de guerrilha, onde o sonho brota com força”, afirma ela. Nos 20 minutos finais do espetáculo, a cena se abre para o encontro entre arte e vida cotidiana: uma agricultora integrante do coletivo Mulheres do GAU sobe ao palco para compartilhar, com suas próprias palavras, a história da organização e sua trajetória pessoal de luta e cultivo. Enquanto narra, a musicista Jéssica Nunes embala o momento com canções tocadas ao vivo em sua sanfona, criando uma atmosfera de celebração e intimidade. Nesse tempo expandido, o elenco distribui mexericas colhidas diretamente das hortas comunitárias, e a agricultora ensina ao público como montar uma composteira caseira com as cascas e sementes das frutas consumidas na plateia. O gesto simbólico de devolver à terra o que dela veio encerra o espetáculo como um convite à continuidade. Sobre o Coletivo Corpo Aberto Grupo de artistas da dança fundado há 10 anos na cidade de São Paulo, com atuação voltada à criação cênica a partir de corpos periféricos, fabulações femininas e práticas de escuta e cuidado com o território. Desde sua formação, o coletivo tem desenvolvido projetos que entrelaçam arte, política e ancestralidade, com especial atenção às potências e urgências da Zona Leste paulistana. @coletivocorpoaberto Sobre as Mulheres do GAU Formado por agricultoras urbanas da Zona Leste de São Paulo, o coletivo Mulheres do GAU atua há mais de uma década transformando terrenos baldios em hortas agroecológicas e viveiros-escola. Com saberes populares, técnicas de permacultura e trabalho coletivo, criaram espaços de produção de alimentos orgânicos, cuidado com o meio ambiente e educação popular. Tornaram-se referência em agricultura urbana e protagonismo feminino, inspirando movimentos sociais e ações artísticas em todo o Brasil. @mulheresdogau Serviço: TEIMAR ATÉ QUE BROTE Com o Coletivo Corpo Aberto 4 a 6 de julho, sexta-feira e sábado, 21h e domingo,18h. Teatro Paulo Eiró – Av. Adolfo Pinheiro, 765 – Santo Amaro, São Paulo. 11 e 13 de julho, sexta-feira, 20h e domingo,14h e 16h. Centro Cultural Vila Formosa – Av. Renata, 163 – Vila Formosa, São Paulo. 17 de julho, quinta-feira, 18h. Mulheres do GAU – Rua Papiro-do-Egito, 100b – Vila Jacuí, São Paulo. 18 a 20 de julho, sexta-feira e sábado, 20h e domingo,18h. Teatro Flávio Império – R. Prof. Alves Pedroso, 600 – Cangaiba, São Paulo. 60 minutos | Livre | Ingressos gratuitos. Ficha técnica: Direção – Veronica Avellar. Dramaturgia – Rafael Cristiano. Composição Sonora – Rafael Vícole. Preparação Corporal – Daniele Laetano. Elenco – Danielle Rocha, Jennifer Soares, Patrícia Bruschini, Thamara Almeida e Veronica Avellar. Intérpretes Estagiárias – Isa Souza e Keitthy Liz. Figurinos – Laís da Lama. Cenografia – Veronica Avellar. Musicista – Jéssica Nunes (sanfona). Iluminação – Tomate Saraiva. Vídeo Mapping – Leonardo Souzza. Orientação de Pesquisa – Mulheres do GAU. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Mídias Sociais – Tuane Júlia. Arte Gráfica – Carlos Bertuol. Fotografia – Zarela Neto e Leonardo Souzza. Produção Geral – Danielle Rocha. Produção Executiva – Patrícia Bruschini e Tuane Júlia. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
FREDERICO PAULA JUNIOR
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