Somente Ações Imediatas Poderão Conter o Avanço da Obesidade no País

O X Simpósio Internacional de Obesidade e Síndrome Metabólica (SIOS), realizado no dia 21 de junho, no Rio de Janeiro reuniu grandes nomes da Nutrologia, para debater um dos maiores desafios da medicina moderna: a Obesidade

Edna Vairoletti
24/06/2025 17h16 - Atualizado há 9 horas

Somente Ações Imediatas Poderão Conter o Avanço da Obesidade no País
Imagem Freepik
Este foi um dos alertas durante o X Simpósio Internacional de Obesidade e Síndrome Metabólica (SIOS), realizado no dia 21 de junho, no Rio de Janeiro. O encontro reuniu grandes nomes da Nutrologia e áreas afins, para debater um dos maiores desafios da medicina moderna: a Obesidade. A doença, hoje reconhecida como crônica e multifatorial, exige atenção, não só no que se refere às práticas médicas, mas iniciativas que possam trazer novas perspectivas nos cuidados com a doença e pacientes.  

Uma das medidas nesta direção é que, a partir desta segunda, 23 de junho as farmácias começaram a reter as receitas de medicamentos agonistas GLP-1, as famosas canetas emagrecedoras. Este controle mais rigoroso na prescrição, entra em vigor 60 dias após a decisão da ANVISA, publicada no Diário Oficial da União, e visa coibir o uso fora das indicações aprovadas pela Agência.


O Atlas Mundial da Obesidade 2025, divulgado este ano, alerta para o avanço global da obesidade e os desafios crescentes para a saúde pública até 2030. Se o ritmo atual continuar, cerca de 3 bilhões de adultos – metade da população mundial – terão sobrepeso ou obesidade nos próximos cinco anos. Muitos países ainda não estão preparados para lidar com a prevenção e o tratamento da doença.

No Brasil, o cenário também preocupa: 31% da população adulta é obesa e 37% está com sobrepeso. Além disso, entre 40% e 50% dos brasileiros não praticam atividade física com a frequência e intensidade recomendadas. As projeções indicam, ainda, que até 2030 a obesidade pode crescer 33,4% entre os homens e 46,2% entre as mulheres. Se nada for feito, até 2044 quase metade da população brasileira poderá ter obesidade, e 27% sobrepeso. O excesso de peso aumenta o risco de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes tipo 2 e AVC.

“Ao longo dos anos, a obesidade vem aumentando de forma vertiginosa e o principal problema são as comorbidades associadas à doença, pois o excesso de tecido adiposo provoca um status inflamatório no organismo, uma síndrome metabólica, que é nada mais do que uma consequência do excesso de peso, com o desenvolvimento de várias doenças como hipertensão arterial, diabetes, problemas articulares, doenças psicossociais, aumento do colesterol e dos triglicerídeos, que conduzem a um cenário sério de saúde pública”, explicou o Prof. Dr. Durval Ribas Filho – Médico Nutrólogo, Fellow da The Obesity Society – TOS (EUA), presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e docente da pós-graduação CNNUTRO.

O especialista observa que “no mundo não existe nenhum país que, possuindo essa prevalência de pessoas impactadas pela obesidade, tenha condições de suportar as despesas de uma ampla assistência médica a esses pacientes. Por isso, são necessárias medidas urgentes dentro do contexto geral da saúde pública. Certamente, a obesidade é considerada a mais grave e de maior dificuldade na assistência ambulatorial, médica e hospitalar”, adverte.

Em suas palestras, durante o SIOS RJ, o Prof. Dr. Durval Ribas Filho falou sobre a ação dos novos fármacos antiobesidade e os futuros medicamentos que já estão sendo pesquisados e desenvolvidos, no desafio de combater a doença. Observou que as canetas emagrecedoras apresentam resultados animadores, pois algumas proporcionam uma perda de peso equivalente à de uma cirurgia bariátrica, mas chamou a atenção para os riscos sérios quando não há prescrição e acompanhamento médico, que são essenciais.

“As novas drogas possuem alta eficácia para Diabetes Mellitus tipo 2 e obesidade, com benefícios metabólicos amplos, quando utilizados corretamente, mas também podem ocorrer eventos adversos relacionados ao uso sem indicação e supervisão de um especialista. Daí a importância da retenção da receita. Só o médico poderá definir a dose, checar possíveis efeitos colaterais e monitorar condições do TGI (trato gastrointestinal), pancreatite, funcionamento da tireoide e visão, para obter as melhores respostas no tratamento e o bem-estar do paciente”, argumentou.

O simpósio também abriu espaço para atualizações no diagnóstico e tratamento da obesidade e síndrome metabólica, incluindo novidades em terapias farmacológicas, intervenções cirúrgicas e condutas clínicas de ponta. A próxima edição do SIOS (Simpósio Internacional de Obesidade e Síndrome Metabólica) será em 24 de setembro, como parte da programação do XXIX CBN – Congresso Nacional de Nutrologia, dias 25,26 e 27, em São Paulo

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EDNA APARECIDA VAIROLETTI
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FONTE: www.vspresscomunicacao.com.br
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