Mulheres entre 25 e 29 anos lideram atendimentos de saúde preventiva, segundo pesquisa

Segundo a Clínica da Cidade, 60% das consultas e exames foram realizados por mulheres, com foco em cuidados ginecológicos e saúde mental

NICOLLE GARCIA
24/06/2025 10h02 - Atualizado há 8 horas

Mulheres entre 25 e 29 anos lideram atendimentos de saúde preventiva, segundo pesquisa
Foto divulgação

São Paulo, 2025 - Em um momento em que a saúde feminina volta ao centro do debate, um levantamento da Clínica da Cidade revela uma tendência cada vez mais sólida entre as mulheres brasileiras: o foco na prevenção. Segundo os dados da rede, 60% dos atendimentos realizados entre janeiro e maio deste ano foram procurados por mulheres, sendo a maioria voltada a cuidados preventivos e rotineiros.

A pesquisa aponta ainda, que o maior volume de consultas partiu de mulheres entre 25 e 29 anos, reforçando o protagonismo da geração mais jovem quando o assunto é autocuidado. Na lista dos atendimentos mais frequentes estão consultas ginecológicas, exames laboratoriais, ultrassonografias e, em crescimento expressivo, atendimentos nas áreas de psiquiatria e cardiologia.

Para especialistas, os números indicam uma mudança de comportamento que pode ter impactos positivos duradouros no sistema de saúde como um todo. “Quando as mulheres cuidam da saúde de forma contínua, conseguimos detectar doenças precocemente e evitar agravamentos que sobrecarregam o sistema público”, explica Rafael Teixeira, CEO da Clínica da Cidade. Ele lembra que mesmo com o avanço da medicina, o acesso ao atendimento ainda é desigual em muitas regiões, e que modelos alternativos têm ajudado a democratizar o cuidado.

“A mulher brasileira é historicamente mais presente nos serviços de saúde, mas também é quem mais sente os efeitos da sobrecarga do sistema. Quando criamos um ambiente que acolhe e incentiva o cuidado preventivo, estamos cuidando também do futuro da saúde pública”, afirma Rafael.

A busca pelo estilo de vida: a influência das redes sociais

A presença de mulheres jovens nos atendimentos também reforça um fenômeno social relevante: o engajamento crescente com hábitos saudáveis e com o bem-estar como um estilo de vida. A influenciadora Maria Clara Pereira, 25 anos, é um exemplo desse novo comportamento. Conhecida por compartilhar sua rotina fitness nas redes sociais, ela encontrou no autocuidado uma maneira de fortalecer não só o corpo, mas também a mente.

“Antes, eu via a academia como estética. Hoje, enxergo como uma extensão do meu cuidado físico e mental. Percebi que me sentir bem não depende só do treino, mas também de dormir melhor, comer bem e ir ao médico com mais frequência. As mulheres da minha geração estão acordando para isso”, afirma.

Maria Clara conta que, após começar a compartilhar seus treinos diários no Instagram, passou a receber mensagens de outras mulheres dizendo que também começaram a se movimentar mais e a cuidar da própria saúde.

“Isso mostra o quanto a informação, quando vem de forma leve, pode ter um impacto real na vida das pessoas. A gente se inspira umas nas outras e cria uma rede de apoio.”

Overtraining: quando o excesso de exercício se torna um problema

A crescente adesão das mulheres ao universo da saúde e ao autocuidado é vista com entusiasmo por profissionais da área. Para o educador físico Daniel Callegarette, esse movimento é extremamente positivo e mostra uma geração mais conectada com a própria saúde.

“É muito bom ver tantas mulheres se cuidando mais, adotando hábitos saudáveis e fazendo da saúde uma prioridade. A atividade física regular traz inúmeros benefícios, não só para o corpo, mas também para a mente. O importante é manter esse cuidado de forma consciente e equilibrada”, destaca.

Ainda assim, Daniel faz um alerta sobre os riscos do excesso, especialmente entre quem se inspira nas redes sociais e acaba entrando em uma rotina intensa sem a devida orientação. O chamado overtraining, excesso de treinos sem recuperação adequada, pode trazer sérias consequências.

"Treinar todos os dias sem descanso adequado pode levar à fadiga crônica, perda de massa muscular e até problemas hormonais. O grande erro é achar que quanto mais se treina, melhores serão os resultados. O corpo precisa de tempo para se recuperar, e é isso que garante a evolução muscular e evita lesões."

Enquanto o setor de saúde enfrenta desafios de acesso e desigualdade regional, o comportamento mais ativo e consciente das pacientes, sobretudo mulheres jovens, aponta para um caminho promissor: mais informação, mais prevenção e um cuidado mais constante e responsável com a própria saúde.

 


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NICOLLE GARCIA FERREIRA
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