Webinar do IIA Brasil debate papel da auditoria interna frente aos desafios e oportunidades da agenda ESG

Com o avanço das regulamentações e o aumento da cobrança por práticas responsáveis, iniciativas ESG se consolidam como vetor estratégico para transformação dos negócios

PEDRO SENGER
24/06/2025 15h58 - Atualizado há 9 horas

Webinar do IIA Brasil debate papel da auditoria interna frente aos desafios e oportunidades da agenda ESG
Divulgação

O ESG vem ganhando contornos cada vez mais regulatórios, exigindo das empresas uma estrutura robusta de governança, rastreabilidade e consistência dos dados. Foi o que discutiu o webinar "Desafios, Riscos e Oportunidades na Auditoria Interna: Adaptando-se ao Crescimento das Iniciativas ESG", promovido em junho pelo IIA Brasil.

 

O objetivo do encontro online foi refletir sobre o novo protagonismo da auditoria interna e seu papel essencial na construção de processos mais transparentes, auditáveis e alinhados à sustentabilidade corporativa.

 

O evento contou com a participação de Adriana Moura, líder da área de Governança, Riscos e Compliance (GRC) da Grant Thornton Brasil, e de Arthur Lavieri, conselheiro em empresas como Romagnole, Tecnogera e COGEN. Com visões complementares, os especialistas compartilharam experiências práticas e debateram os impactos das exigências regulatórias nacionais e internacionais — como a resolução CVM 193 e os padrões IFRS S1 e S2 — no dia a dia das organizações e da atuação da auditoria interna.

 

Durante a sessão, Adriana destacou que o ESG exige um novo nível de maturidade das empresas. A crescente demanda por asseguração das informações relacionadas à sustentabilidade, que se inicia como limitada e caminha para o modelo razoável, exige da auditoria interna atuação técnica e estratégica. "A auditoria interna precisa não apenas acompanhar, mas liderar essa jornada dentro das organizações", afirmou.

 

Os dados apresentados por Adriana mostram avanços relevantes, mas também desafios. Enquanto 91% das empresas do Ibovespa já divulgam relatórios ESG — e 71% contam com algum tipo de asseguração —, no Novo Mercado da B3, apenas 29% contratam auditoria para essas informações. O cenário entre empresas de médio porte é promissor, com 71% planejando investir em ESG, indicando uma expansão da pauta para além das grandes corporações. "É uma agenda que exige consistência, governança e responsabilidade coletiva", ressaltou.

 

Adriana também apresentou seis frentes prioritárias para integrar o ESG ao escopo da auditoria interna: definição de materialidade, avaliação de riscos socioambientais e de governança, metas e estratégias, engajamento dos stakeholders, consistência dos dados reportados e estruturação da governança ESG. Segundo ela, a auditoria interna deve atuar como fonte interna de credibilidade, promovendo o amadurecimento de processos e controles, sempre em alinhamento com a independência da função.

 

A liderança da auditoria também foi destacada como peça-chave. Além de promover atualização técnica constante e formar equipes multidisciplinares (com engenheiros, especialistas em SST, em governança e segurança da informação), para ela, é fundamental uma postura mais consultiva e colaborativa com as demais áreas. "Sem uma interlocução clara com sustentabilidade, jurídico, compliance e operação, não se constrói uma atuação eficiente nesse tema", reforçou Adriana.

 

Na sequência, Arthur Lavieri trouxe a visão de quem vivencia o tema no alto comando das empresas. Com mais de 15 anos de atuação em conselhos e experiência como CEO, Arthur reconheceu a evolução da auditoria interna como parceira estratégica das lideranças. "Dificilmente, nos últimos 30 anos, vi um momento mais interessante e intelectualmente desafiador para ser um auditor interno. Hoje, mais do que nunca, vocês são protagonistas", afirmou.

 

Para Arthur, a agenda ESG representa um divisor de águas não só em termos regulatórios, mas também em termos culturais e de posicionamento estratégico. "Como conselheiro, o que espero da auditoria interna é que seja uma ponte entre as boas intenções das empresas e a concretude dos processos, com responsabilidade técnica e visão de longo prazo", concluiu.


 

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PEDRO GABRIEL SENGER BRAGA
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