Tecnologia avança e reposiciona o papel da escola na era da IA

Avanço da inteligência artificial desafia modelos tradicionais e propõe novas formas de ensinar e aprender

GIOVANNA ALVES
24/06/2025 14h39 - Atualizado há 16 horas

Tecnologia avança e reposiciona o papel da escola na era da IA
Banco de imagem/Freepik

A inteligência artificial (IA) tem se consolidado como uma força transformadora em diversas áreas, e a educação não é exceção. Segundo relatório da consultoria HolonIQ, os investimentos globais em edtechs — startups que aplicam tecnologia à educação — devem ultrapassar US$ 10 trilhões até 2030, impulsionados principalmente por soluções baseadas em IA. No entanto, o avanço acelerado da tecnologia levanta um debate essencial sobre a IA ser uma ameaça aos métodos de ensino ou uma aliada para o futuro da aprendizagem.

O uso da IA em ambientes educacionais já é uma realidade. Plataformas de tutoria personalizada, correção automática de redações e assistentes virtuais capazes de responder dúvidas complexas são apenas algumas aplicações que têm ganhado espaço nas salas de aula — físicas e virtuais. A promessa é oferecer uma educação mais personalizada, acessível e eficiente.

Apesar disso, muitos educadores ainda vêem a IA com desconfiança. Há receios quanto à desvalorização do papel do professor, à padronização do conteúdo e à perda do aspecto humano na formação dos estudantes. 

“A tecnologia, por mais avançada que seja, nunca substituirá o olhar sensível e a escuta ativa de um educador. Mas ela pode, sim, ampliar nosso alcance e potencializar o aprendizado”, afirma Wagner Venceslau Dias, diretor pedagógico do Colégio Anglo Leonardo da Vinci

O especialista conta que, longe de ser uma ameaça, a IA pode atuar como parceira estratégica dos professores ao automatizar tarefas repetitivas, como avaliações de múltipla escolha ou análise de desempenho. Com isso, os docentes ganham mais tempo para focar em atividades de maior valor pedagógico, como o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e projetos interdisciplinares.

“Outro benefício está na inclusão. Softwares com IA permitem adaptar o ritmo e o formato das aulas às necessidades específicas de cada aluno, inclusive aqueles com dificuldades de aprendizagem. Recursos como leitores de texto, tradutores simultâneos e legendas automáticas têm derrubado barreiras históricas, promovendo uma educação mais equitativa”, complementa Dias. 

Ainda assim, o diretor alerta: o uso responsável da IA exige preparo e regulação. É fundamental investir na formação continuada dos professores e estabelecer diretrizes éticas claras para o uso de dados dos estudantes. “A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas precisa ser usada com intencionalidade pedagógica”.

O debate também chegou às famílias, que muitas vezes se perguntam sobre os limites do uso da tecnologia na infância. Para Wagner, o equilíbrio é a chave. A IA pode enriquecer a experiência educacional, desde que usada de forma crítica, segura e alinhada a valores humanos.

Com o avanço contínuo das tecnologias e o surgimento de novas ferramentas baseadas em IA generativa, como o ChatGPT, a relação entre educação e inteligência artificial tende a se estreitar ainda mais. O desafio está em integrar essas inovações sem perder de vista o papel formador da escola e o protagonismo do aluno.

“Em um cenário de rápidas transformações, a pergunta deixa de ser se a IA será adotada na educação e passa a ser como e para quê. A resposta dependerá do engajamento de toda a comunidade escolar em construir um futuro em que tecnologia e humanização caminhem lado a lado”, conclui o diretor do Colégio Anglo Leonardo da Vinci. 


 

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