É hoje na Bienal! Autor de "Coisa Nenhuma", Rodrigo Silveira, participa de tarde de autpógrafos

O livro celebra a beleza da imperfeição, a busca por sentido em meio ao caos e a capacidade humana de encontrar lampejos de significado nas "coisas nenhumas" que compõem a tapeçaria da vida.

TAMYRIS TORRES
20/06/2025 09h46 - Atualizado há 10 horas

É hoje na Bienal! Autor de "Coisa Nenhuma", Rodrigo Silveira, participa de tarde de autpógrafos
Arquivo pessoal

A estreia literária de Rodrigo Silveira, "Coisa Nenhuma" (Urutau, 2024), consolida-se como uma experiência de leitura verdadeiramente singular, cujos ecos reverberam no espírito do leitor muito além do derradeiro ponto final. Mais do que uma simples coletânea de narrativas breves, a obra ergue-se como uma cartografia sagaz e mordaz das frágeis tessituras que compõem a existência no mundo contemporâneo. Com maestria estilística, Silveira transita entre o absurdo tangível do quotidiano, a metalinguagem autorreflexiva e os abismos da solidão e da inquietação metafísica. Sua escrita, lapidada em tom ferino e adornada por uma ironia que beira o cáustico, desafia o leitor a encarar as "coisas nenhumas" que, em seu paradoxo insondável, paradoxalmente constituem a plenitude de nossa condição humana.

O autor fará uma tarde de autógrafos e lançamento de seu livro no estande da editora Urutau, no dia 20 de junho, das 13h às 14h, durante a Bienal do Rio de Janeiro. 

A estrutura fragmentada e a multiplicidade de vozes narrativas são um dos pilares da originalidade do livro. Transitamos da insólita busca amorosa de uma gaiola antropomorfizada à intrincada teia entre autor, narradora e personagem, experimentando a maleabilidade da linguagem e a porosidade das fronteiras ficcionais. A incorporação da autoficção e os fluxos de consciência, como o ácido monólogo do uruguaio misantropo, exigem do leitor uma postura ativa, recompensando-o com insights perspicazes sobre a condição humana e as idiossincrasias culturais.



O vazio, em suas diversas manifestações, emerge como um fio condutor potente. Seja a ausência criativa, o buraco emocional ou o questionamento da própria existência, essa temática ressoa em contos como "menor significado", que nos confronta com a invisibilidade social através do olhar de um anão, e "nunca acaba", uma meditação sobre a eternidade e a inquietante falta de um princípio. A intrínseca relação entre arte e vida também se destaca, especialmente na melancólica e sarcástica narrativa da professora em Florença, revelando como a criação artística pode ser tanto refúgio quanto espelho da desilusão.

Alguns contos merecem atenção especial. A delicadeza de "o jogo das memórias" nos transporta para a fragilidade dos laços familiares e a natureza escorregadia da memória em um cenário hospitalar. Em contraste, o delírio psicotrópico de "coca zero é isso aí" oferece uma fuga surreal e hilária para um publicitário em crise. E a beleza reflexiva de "isso que não existe ainda" encerra a coletânea com uma poética exploração da paternidade e da ausência, através de um diálogo filosófico sobre o nada.

A maestria de Silveira na manipulação da linguagem é inegável. Ele transita com fluidez entre o coloquialismo e o lirismo, enriquecendo suas narrativas com referências literárias e culturais que vão de Rita Lee a Mohamed Mbougar Sarr, demonstrando uma erudição que se manifesta com leveza e propósito. A ironia e o humor sarcástico atuam como contraponto a momentos de vulnerabilidade genuína, conferindo uma profundidade emocional surpreendente à obra.

Ainda que a fragmentação e a densidade referencial possam representar um desafio para alguns leitores, a inventividade da prosa de Silveira e a riqueza de suas explorações temáticas tornam "Coisa Nenhuma" uma leitura instigante e memorável. O livro celebra a beleza da imperfeição, a busca por sentido em meio ao caos e a capacidade humana de encontrar lampejos de significado nas "coisas nenhumas" que compõem a tapeçaria da vida. Rodrigo Silveira firma-se como uma voz potente e original na literatura contemporânea, oferecendo uma obra que ressoa com inteligência e sensibilidade.

SERVIÇO:

Autor Rodrigo Silveira é presença confirmada na Bienal do Rio 2025
Estande Urutau - Dia 20 de julho, das 13h às 14h
Sobre o autor:

Nasceu em Porto Alegre e vive em São Paulo. Publicou em coletâneas de contos e poemas organizadas por Noemi Jaffe, Márcia Denser e Nelson de Oliveira. Coisa Nenhuma é seu primeiro livro de contos.


FICHA TÉCNICA:

Título: Coisa Nenhuma

Autor: Rodrigo Silveira

Gênero: contos, literatura brasileira

Editora: Urutau

ISBN: 978-65-5900-748-6

Páginas: 120

Formato: 13x19

Ano: 2024

Preço: 52,00

Onde encontrar: https://editoraurutau.com/titulo/coisa-nenhuma 



 


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ALEX YAN DA COSTA MENDES
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FONTE: Assessoria de imprensa
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