A panfletagem política voltou a ganhar protagonismo no cenário eleitoral de 2025, acompanhando uma retomada dos métodos tradicionais em detrimento de canais digitais saturados. Em diversas capitais brasileiras, partidos e pré-candidatos intensificaram a distribuição de santinhos e folhetos nas ruas, com alcance estimado de milhões de unidades distribuídas durante o período pré-eleitoral.
Segundo pesquisa recente, a panfletagem representa até 30% do investimento total das campanhas de menor porte em municípios com menos de 200 mil eleitores. Especialistas apontam que esse retorno em formato físico se dá pela alta visibilidade direta e pela sensação de proximidade que o material impresso oferece aos eleitores comparado aos cliques na internet.
Em entrevista, Matheus Ferreira, CEO da Empresa de Panfletagem - Expo Distribuição, destacou estratégias adotadas pela empresa: “A segmentação geográfica, com foco em áreas de maior movimentação, e o timing distribuir nos horários de maior fluxo são determinantes para aumentar a lembrança da marca do candidato e a taxa de conversão.”
As regras eleitorais permitidas para 2025, conforme alterações no Artigo 36‑A da Lei 9.504/1997, continuam a permitir a distribuição de material impresso sem pedido explícito de voto, desde que não contenha expressões como “Vote em” ou slogans de campanha, denominados “palavras mágicas”. O Tribunal Superior Eleitoral vem multando prefeituras e pré-candidatos que ultrapassam esse limite com dizeres extemporâneos.
O crescimento da panfletagem em 2025 também reflete o impacto da crise econômica: com restrição nos gastos de mídia digital, partidos optam por materiais impressos mais baratos e regionalmente eficazes. Levantamento do Banco Central indicou fuga recorde de dólares no 1.º trimestre de 2025, o que pressionou o orçamento eleitoral e forçou cortes nos investimentos online e em mídia paga.
A crise fiscal nacional, que levou à saída de US$ 18,8 bilhões em divisas entre janeiro e março um recorde histórico impactou diretamente as planilhas de campanha. Menores receitas partidárias fizeram da distribuição de santinhos uma ferramenta alternativa acessível, aproveitando a força do marketing de proximidade.
Empresas especializadas, como a Expo Distribuição de Panfletos, registraram aumento de 45% na demanda por serviços de panfletagem entre abril e maio de 2025, segundo dados internos, reflexo do ajuste financeiro de clientes políticos que buscam otimizar recursos sem perder visibilidade. A estratégia privilegia a presença em feiras, terminais de ônibus e eventos comunitários.
Com a convergência entre crise econômica e regulamentação eleitoral, a panfletagem política surge como alternativa econômica e eficaz. Para 2025, espera-se que esse formato continue relevante, sobretudo no interior, onde o acesso à internet é mais restrito e a impressão física ainda exerce poder simbólico e de influência junto aos eleitores.
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Renan Rodrigues de Souza
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