Marcela Lucatelli encerra trilogia audiovisual com clipe de “COISA MÁ”

Com mistura de reggaeton, forró e sons eletrônicos, trilogia combina performance, som e imagem em rito de passagem

Junior
13/06/2025 17h40 - Atualizado há 15 horas

Marcela Lucatelli encerra trilogia audiovisual com clipe de “COISA MÁ”
Foto por Ana Alexandrino
 

O videoclipe de “COISA MÁ”, faixa-título do álbum recém-lançado por Marcela Lucatelli, encerra a trilogia audiovisual iniciada com “JANEIRO JUNTO É BOM” e “ANTICIVILIZADOR”. Dirigido e roteirizado pela própria artista, o filme propõe uma jornada espiritual e sensorial marcada por dissolução, travessia e renascimento. “É um universo onde ruína e criação coexistem”.

A obra insere-se numa estética afrofuturista que compreende a ancestralidade como tecnologia de sobrevivência. A personagem principal transita entre passado e futuro, sagrado e profano, carne e cosmos. O clipe convida o espectador a acessar um estado de suspensão, no qual a escuta se torna corpo — e o corpo, um portal para o desconhecido.

A trilha combina o swing do forró com elementos do reggaeton e camadas de texturas eletrônicas, criando uma atmosfera de transe e rito. As vozes são tratadas com espacialidade e timbres variados, intensificando a experiência sensorial. A música funciona como uma provocação sonora sobre desejo, poder e os limites da identidade.

A trilogia visual explora diferentes formas de possessão — começando pelo amor, atravessando a raiva e culminando na transcendência. Nesta etapa final, a personagem abandona as estruturas civilizatórias e entrega-se ao imprevisível, onde o veneno simbólico se transforma em oferenda psicodélica.

Concebida como um rito de passagem, a trilogia entrelaça performance, linguagem e corpo em uma narrativa descontínua e pulsante.
“Faço música para tensionar o que é esperado, para invocar o que foi esquecido ou silenciado”, diz Lucatelli. “Meus trabalhos são rituais performativos, onde enceno e vivo os conflitos do mundo que me atravessa — com voz, corpo e complexidade”.

Recomendado para quem se interessa por interseções entre pop e experimental, o trabalho dialoga com artistas como FKA twigs, Juçara Marçal, SOPHIE, Moor Mother e Rosalía.


SOBRE A ARTISTA 

Marcela Lucatelli é uma das vocalistas e compositoras mais inovadoras de sua geração. Nascida no Brasil e vivendo entre São Paulo e Copenhague, conquistou reconhecimento internacional por suas performances radicais — sensuais, politicamente carregadas e intransigentemente originais. Descrita pela The Wire como uma compositora de “partituras para os limites dos corpos e da voz”, Lucatelli desafia convenções com sua experimentação vocal destemida e composições ousadas.

Suas obras já foram interpretadas por importantes ensembles como a Orquestra Sinfônica Nacional da Dinamarca, o Ensemble Vocal Nacional da Dinamarca e o Neue Vocalsolisten Stuttgart, além de alguns dos coletivos de música contemporânea mais audaciosos do mundo. Ela se apresentou em festivais e espaços renomados como o Theatro Municipal de São Paulo, Donaueschinger Musiktage, Darmstadt Ferienkurse, A L’ARME!, Cafe Oto, Copenhagen Jazz Festival, Copenhagen Opera Festival, DMA Jazz – Danish Music Awards, Ultima Festival, Borealis Festival, WOMEX, entre muitos outros.

O trabalho inovador de Lucatelli lhe rendeu diversos prêmios de prestígio, incluindo o Carl Nielsen and Anne Marie Carl-Nielsen Talent Prize (2019), o Pelle Prize (2021) e o Danish Music Awards de 2023, na categoria Vocal Jazz Release of the Year.

Atualmente, a artista se dedica à divulgação de seu novo álbum, COISA MÁ (2025), um trabalho que marca sua estreia em português e mergulha em sonoridades entre o pop ritualístico, a performance e a experimentação vocal.

 

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EDIVALDO CLEMENTINO DA COSTA JUNIOR
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