Obesidade infantil cresce e a atividade física é aliada no combate à doença
Estilo de vida sedentário e alimentação inadequada impulsionam índices preocupantes; especialistas reforçam importância do exercício físico na infância
PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO BACKSTAGE ASSESSORIA
12/06/2025 14h29 - Atualizado há 2 meses
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O Brasil enfrenta um aumento expressivo nos casos de obesidade infantil, uma condição que, além de comprometer a saúde física e mental das crianças, tem desdobramentos para a vida adulta. Segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência de excesso de peso em crianças e adolescentes aumentou significativamente nos últimos anos, especialmente após o período da pandemia de covid-19. Em 2022, 14,2% das crianças até 5 anos e 31,2% dos adolescentes apresentavam excesso de peso, índices superiores à média global.
Em estudo do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a University College London, Na comparação entre os dois grupos, de nascidos até 2007 e dos nascidos até 2014, considerados aqueles com idades de 5 a 10 anos, a prevalência de excesso de peso aumentou 3,2% entre os meninos e 2,7% entre as meninas. No caso da obesidade, a prevalência entre os meninos passou de 11,1% no primeiro grupo (nascidos até 2007) para 13,8% no segundo grupo (nascidos até 2014) , o que significa aumento de 2,7%. Entre as meninas, a taxa passou de 9,1% para 11,2%, aumento de 2,1%.
Na faixa etária de 3 e 4 anos, o aumento foi menor na comparação entre os dois grupos. Quanto ao excesso de peso, houve alta de 0,9% entre os meninos e de 0,8% entre as meninas. Em termos de obesidade, a prevalência passou de 4% para 4,5% entre os meninos e de 3,6% para 3,9% entre as meninas, ou seja, houve crescimento de 0,5% e 0,3%, respectivamente.
Em Minas Gerais, os dados não são menos alarmantes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, em outubro de 2023, 32% das crianças e adolescentes mineiros estavam em situação de obesidade — o que representa mais de 180 mil jovens. O número de crianças de 5 a 10 anos com sobrepeso saltou de 6,3% em 2008 para 14% em 2022 no estado.
A combinação de maior consumo de alimentos ultraprocessados, redução da mobilidade urbana e uso excessivo de telas têm contribuído para o avanço da obesidade infantil. Contudo, especialistas destacam um caminho essencial e acessível no enfrentamento ao problema: a prática regular de atividade física. A profissional de Educação Física, Larissa Ciodaro explica a dimensão do problema que é a obesidade na vida de uma criança.
“A atividade física é uma ferramenta poderosa para melhorar o metabolismo, reduzir o acúmulo de gordura corporal e promover o bem-estar emocional da criança. As consequências vão muito além do peso. Estamos falando de crianças com maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, problemas respiratórios, baixa autoestima e dificuldades sociais. Reverter esse quadro exige uma mudança cultural que inclua a prática regular de atividade física como parte essencial da rotina das crianças”, relata.
Benefícios da atividade física para crianças com sobrepeso ou obesidade: Entre as melhorias estão a saúde cardiovascular e respiratória, redução dos níveis de glicose e colesterol, aumento da autoestima e redução de quadros de ansiedade e depressão, estímulo à socialização e ao desenvolvimento motor. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças e adolescentes devem praticar pelo menos 60 minutos de atividade física moderada a intensa por dia. No entanto, esse padrão ainda está longe da realidade brasileira. Estudo recente mostra que mais de 70% das crianças brasileiras não atingem esse mínimo diário.
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