Procedimentos dermatológicos para gestantes: o que pode e o que não pode?

Durante a gestação, cuidados com a pele são bem-vindos, desde que com orientação especializada

GEZIANE DIOSTI
11/06/2025 11h03 - Atualizado há 1 dia

Procedimentos dermatológicos para gestantes: o que pode e o que não pode?
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Mudanças hormonais, manchas, acne, sensibilidade aumentada: a pele da mulher também passa por uma verdadeira transformação durante a gestação. Estudos estimam que mais de 90% das gestantes apresentam algum tipo de alteração cutânea nesse período.

 

É comum que surjam dúvidas sobre o que pode ou não pode ser feito nessa fase, especialmente quando o assunto é estética ou tratamentos dermatológicos.

A resposta é: sim, a gestante pode e deve cuidar da pele, mas com segurança e acompanhamento médico.

Segundo a dermatologista Lauren Morais, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Paraná (SBD-PR), o ideal é que o atendimento dermatológico comece no início da gravidez. 

"Esse é um momento oportuno para orientar rotinas de skincare seguras e prevenir alterações comuns da gestação, como manchas, acne e ressecamento. O uso de protetor solar é indispensável e deve ser sempre individualizado", destaca.

Como a pele muda durante a gravidez?

O aumento de hormônios como a progesterona torna a pele mais reativa, sensível e propensa a alterações pigmentares. Substâncias como ácidos ou procedimentos com calor (como lasers) podem provocar manchas, irritações ou queimaduras.

É também comum surgirem manchas em regiões específicas, como mamilos, a linha do abdômen (linha nigra) e a região íntima. Essas mudanças costumam regredir naturalmente após o parto.

O que pode ser feito com segurança?

Alguns cuidados são permitidos e até recomendados durante a gestação:

  • Skincare com produtos liberados para gestantes
     
  • Protetor solar de fórmula segura
     
  • Limpeza de pele suave, sem extração agressiva
     
  • Drenagem linfática manual (após liberação do obstetra), feita por profissional habilitado
     

Cada caso deve ser avaliado individualmente. A presença do dermatologista ajuda a ajustar os cuidados de forma segura e eficaz.

O que deve ser evitado

Durante a gravidez, a prioridade é a segurança da mãe e do bebê. Por isso, estão contraindicados:

  • Procedimentos injetáveis (toxina botulínica, preenchimentos, bioestimuladores)
     
  • Peelings com ácidos fortes (retinoico, salicílico)
     
  • Laser facial e luz intensa pulsada
     
  • Ultrassom microfocado
     
  • Depilação definitiva
     
  • Alisamentos capilares
     
  • Tintura de cabelo (principalmente no 1º trimestre; preferir fórmulas sem metais pesados, chumbo ou amônia)
     

E as pintas que mudam durante a gravidez?

Durante a gestação, é comum que apareçam novas pintas ou que as já existentes mudem de tamanho, formato ou coloração. Isso acontece porque os hormônios também estimulam as células que produzem pigmento na pele.

Na maioria das vezes, essas mudanças são benignas e esperadas. No entanto, se uma pinta apresentar crescimento acelerado, bordas irregulares, variação de cor, coceira ou sangramento, deve ser avaliada por um dermatologista. Esses são sinais de alerta para descartar doenças como o melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele.

"O melanoma é raro, mas merece atenção especial na gravidez. Caso a lesão já exista, a influência hormonal pode acelerar seu crescimento. Por isso, qualquer alteração suspeita deve ser investigada o quanto antes", orienta a Dra. Lauren.

Cuidado, orientação e bem-estar

A gestação é uma fase delicada e também muito especial. Nesse momento, cuidar da pele é um gesto de autoestima, mas também de responsabilidade. Sempre que surgir dúvida sobre o uso de cosméticos ou realização de procedimentos, o melhor caminho é buscar orientação segura com profissionais de confiança.

"Seguir as recomendações do obstetra e do dermatologista é a melhor forma de garantir uma gravidez tranquila, com saúde para a mãe e o bebê", conclui a presidente da SBD-PR.


 

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Geziane de Mattos Diosti
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