30% das pessoas não consideram que a pressão alta faz mal para o coração

O levantamento da SOCESP foi feito na capital e cidades do interior, como Bauru, e no Hospital das Clínicas da cidade haverá uma ação de conscientização sobre a hipertensão, das 8hs ao meio-dia, para os pacientes na recepção, em celebração ao Dia Estadual do Coração que em junho.

JOSé LUCHETTI
11/06/2025 09h22 - Atualizado há 1 dia

30% das pessoas não consideram que a pressão alta faz mal para o coração
Gustavo Vidotti_divulgação da SOCESP
A Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo – SOCESP – conclui, em pesquisa, que ainda existe um grande desconhecimento sobre os fatores de risco para o coração. A hipertensão é responsável por 45% das mortes por causas cardíacas e por 51% dos óbitos por outras razões, como o AVC. Mesmo assim, 31,3% ainda desconhecem que a pressão alta pode ser o estopim para doenças cardiovasculares (DCVs) e quase metade não sabia apontar os patamares de uma pressão considerada alta. O levantamento foi feito com 1.765 pessoas em cidades do interior paulista e na capital, sendo 56,6% mulheres e 43,4% homens

As Diretrizes Brasileiras de Hipertensão mostram que 30% dos brasileiros convivem com a pressão alta em todas as faixas etárias e após os 60 anos, 60% das pessoas entram nesta categoria. Mesmo entre os que sabem ser hipertensos são poucos aqueles que usam regularmente as medicações prescritas e estão com os valores dentro das metas. Segundo o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão afeta um em cada três adultos no mundo, sendo que ¾ dos hipertensos vivem em países de baixa e média rendas. Em 1990 eram 650 milhões com a doença e, em 2019, o número de pacientes estava em 1,3 bilhão.


No ano passado, a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC), simplificou suas Diretrizes sobre a doença e enfatizou medidas que podem ser tomadas já no atendimento primário. O diagnóstico de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) permaneceu semelhante ao das diretrizes anteriores, quando o paciente apresenta valores pressóricos, aferidos de forma adequada, iguais ou maiores que 140 X 90 mmHg (ou 14 por 9). “O que chamávamos de pressão normal (valores de pressão menores que 120 X 80) agora se denomina pressão não elevada e fica no limite de 120 X 70 (ou 12 por 7)”, explica o coordenador geral da SOCESP em Bauru, Gustavo Buosi Vidotti.

Mas a maior diferença de nomenclatura ocorreu na faixa de 120-140 de pressão sistólica e 70-89 de pressão diastólica. A nova diretriz chama a atenção dessas faixas de valores classificando-as como pressão “elevada” (do inglês, elevated blood pressure). Pacientes entre 130-139 mmHg e com outros fatores de risco associados apresentam um incremento maior no risco de desenvolverem DCVs. Diretrizes anteriores já chamavam a atenção de que valores dentro dessa faixa podem trazer um alerta. 

Gustavo Buosi Vidotti lembra que a mudança no estilo de vida deve ser a primeira providência para quem tem pressão acima do normal com alimentação saudável, com menos consumo de sal e atividade física. Já o tratamento farmacológico (com inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores do receptor da angiotensina II e bloqueadores de canais de cálcio ou diuréticos tiazídicos) é uma hipótese quando a pressão persistir em se manter acima de 130 x 80. “Vale salientar a necessidade de uma avaliação caso a caso, considerando a situação cardiovascular individual”, completou o cardiologista.
 

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JOSE ROBERTO LUCHETTI
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