A Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) alerta sobre a quantidade insuficiente de hematologistas no Brasil. Em 2024, foram registrados apenas 3.271 especialistas, os quais são responsáveis pelo diagnóstico e tratamento de doenças do sangue. Além disso, a entidade destaca a desigualdade na distribuição desses médicos no país.
Em resposta à escassez de hematologistas no Brasil e aos desafios para a detecção precoce de doenças do sangue, a startup pernambucana HemoDoctor lançou uma tecnologia inédita baseada em inteligência artificial (IA) que promete encurtar drasticamente a jornada diagnóstica dos pacientes, sobretudo no Sistema Único de Saúde (SUS).
A plataforma, desenvolvida por médicos e especialistas em saúde digital, analisa automaticamente o hemograma, levanta hipóteses diagnósticas e sugere exames complementares, auxiliando na triagem de doenças hematológicas graves, como leucemias, mielodisplasias e mieloma múltiplo. Com isso, evita-se a perda de tempo em condutas equivocadas e aumenta-se a chance de sobrevida e cura dos pacientes.
Os dados do hemograma costumam ser avaliados, inicialmente, por clínicos gerais, médicos generalistas ou com outras especialidades que não a hematologia. “É um outro olhar: esses profissionais se concentram nas alterações mais comuns ou direcionadas à própria especialidade. Quando é identificada uma anemia, por exemplo, a conduta mais comum é a prescrição de ferro, sem investigação aprofundada sobre a origem daquele achado”, explica o onco-hematologista Lucyo Diniz, um dos três sócios da HemoDoctor, ao lado de Raphael Saraiva, especialista em saúde digital, e Carlos Rolemberg, executivo do mercado de onco-hematologia.
“Em um país com pouco mais de 3 mil hematologistas e distribuição geográfica desigual, a IA da HemoDoctor é um forte suporte que permite diagnósticos assertivos mesmo em regiões sem especialistas”, frisa Rolemberg.
Em prova de conceito realizada no Hospital da Unimed em Petrolina (PE), a ferramenta analisou mais de 600 hemogramas com 94% de especificidade e baixíssimo índice de erro, validando sua eficácia em ambiente real. O impacto é direto: redução de filas, priorização de casos críticos e economia para o sistema público com a prevenção de internações, transfusões de sangue e tratamentos tardios. As próximas versões da HemoDoctor incluirão tele-hematologia e dashboards epidemiológicos, oferecendo suporte remoto a clínicos e gestores de saúde. “Nosso objetivo é democratizar o acesso ao diagnóstico especializado, sobretudo na atenção primária, onde tudo começa”, reforça Rolemberg.
Com forte vocação social, a solução da HemoDoctor integra tecnologia, ciência e eficiência para benefício direto da população brasileira, representando um passo concreto rumo à saúde baseada em valor.
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GABRIEL SANTOS DA SILVA
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