Autismo: mudanças são necessárias na sociedade

Dados do Censo reforçam a importância do diagnóstico precoce e da inclusão

LU ALMEIDA
30/05/2025 15h45 - Atualizado há 1 dia

Autismo: mudanças são necessárias na sociedade
Autonomia Instituto
O Censo Demográfico 2022 revelou que 2,4 milhões de brasileiros foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), representando 1,2% da população. A maior prevalência está entre crianças de 5 a 9 anos, com 2,6%, e entre meninos dessa faixa etária, o índice chega a 3,8%.  

Diante desses dados, a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, destaca a urgência de mudanças estruturais na educação, no mercado de trabalho e na vida social para garantir inclusão efetiva das pessoas autistas. 


Educação: além da matrícula, é preciso pertencimento

"A presença de crianças autistas nas escolas não pode se limitar à matrícula. É fundamental que haja formação continuada para os educadores, adaptação curricular e ambientes sensoriais adequados", afirma Calmeto. Ela ressalta que, apesar de avanços legais, como a Lei Brasileira de Inclusão, ainda existem barreiras significativas no sistema educacional. Dados indicam que 19,5% das pessoas com deficiência são analfabetas, e apenas 7% possuem ensino superior.  

Mercado de trabalho: inclusão real e não apenas cumprimento de cotas

No mercado de trabalho, a realidade é desafiadora. Estima-se que 85% dos autistas estejam desempregados no Brasil. Calmeto enfatiza que "a inclusão precisa ir além do cumprimento de cotas; é necessário criar ambientes de trabalho que respeitem as particularidades sensoriais e sociais dos autistas, oferecendo suporte adequado para que possam desempenhar suas funções com autonomia". 

Vida social: combater o capacitismo e promover a empatia

A vida social das pessoas autistas também requer atenção. Calmeto destaca que "o capacitismo ainda é uma barreira significativa. É essencial promover campanhas de conscientização que valorizem a neurodiversidade e incentivem a empatia, para que as pessoas autistas sejam respeitadas em sua individualidade e tenham suas necessidades reconhecidas". 

A neuropsicóloga conclui que "os dados do Censo 2022 devem servir como um chamado à ação para toda a sociedade. É imperativo que políticas públicas sejam implementadas de forma eficaz, garantindo que as pessoas autistas tenham acesso a uma educação de qualidade, oportunidades no mercado de trabalho e uma vida social plena e respeitosa". 
 

Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
DOUGLAS RAMOS ALVES COSTA
[email protected]


Notícias Relacionadas »