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Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, é uma data dedicada a alertar a população sobre os perigos do uso do tabaco e seus derivados. Segundo a OMS, o tabagismo é a “causa de morte mais evitável em todo o mundo” e mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Entre elas, mais de 7 milhões de fumantes ativos e 1 milhão de passivos.
O impacto do tabagismo na saúde é extenso e comprovado. “O tabagismo tem graves consequências para a saúde, sendo um dos principais fatores de risco para diversas doenças”, afirma o Dr. Paulo Cavalcante Apratto Júnior, coordenador do eixo acadêmico do IESC da Unigranrio Afya Duque de Caxias. “As principais preocupações associadas ao uso do cigarro incluem doenças cardiovasculares, respiratórias e várias formas de câncer”, completa.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estima que existam atualmente 1,3 bilhão de usuários de tabaco no mundo. O uso recorrente da substância reduz em pelo menos 10 anos a expectativa de vida dos fumantes, além de ser responsável por uma em cada dez mortes entre adultos. “O tabaco é o único produto de consumo legal que mata até metade de seus usuários quando usado exatamente de acordo com as instruções do fabricante”, ressalta a OMS.
Em 2025, a campanha global tem como tema “Vamos desmascarar o tabaco: produtos sedutores, intenções perversas”. O objetivo é denunciar a atuação das empresas do setor, que investem mais de 8 bilhões de dólares por ano em publicidade e marketing, muitas vezes direcionados a jovens e adolescentes.
Entre as doenças cardiovasculares ligadas ao fumo estão a hipertensão, o infarto do miocárdio e o derrame cerebral. Já entre as respiratórias, destacam-se a bronquite crônica, o enfisema pulmonar e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Há ainda o risco elevado de câncer de pulmão, boca, laringe, esôfago, estômago, fígado, pâncreas e bexiga, entre outros.
Apratto também alerta para outras complicações associadas ao cigarro, como “diabetes tipo 2, infertilidade, impotência sexual, problemas de saúde bucal, osteoporose e catarata”. Segundo o especialista da Unigranrio Afya, o tabagismo também representa risco à saúde do feto durante a gestação, podendo causar “aumento do risco de aborto, parto prematuro e baixo peso ao nascer”. Sobre o fumo passivo, reforça que “a exposição à fumaça do tabaco de terceiros também é perigosa, aumentando o risco de desenvolver doenças nos pulmões, coração e outros órgãos”.Apesar de proibidos no país desde 2009 pela Anvisa, os cigarros eletrônicos — ou vapes — continuam a representar um perigo significativo para a saúde pública. De acordo com uma pesquisa do IPEC, o número de usuários desses dispositivos aumentou 600% entre 2018 e 2023, passando de 500 mil para 2,9 milhões de pessoas. Esse crescimento é especialmente preocupante entre os jovens, que são atraídos por sabores variados e pela percepção equivocada de que os vapes são menos nocivos que os cigarros tradicionais.
Embora o Brasil tenha registrado uma redução de 35% no número de fumantes desde 2010, graças a políticas eficazes de controle do tabagismo, o aumento do uso de cigarros eletrônicos ameaça reverter esses avanços. O coordenador do estudo alerta: “Cigarros eletrônicos não são seguros e representam um risco para a saúde, mesmo que pareçam menos perigosos do que os cigarros convencionais”. Ele explica que o vapor liberado contém nicotina e substâncias tóxicas, como metais pesados e formaldeído, e pode levar a quadros de doenças pulmonares, cardiovasculares e até câncer.
Entre os efeitos mais preocupantes, o médico da Afya cita a EVALI — uma lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos — e o risco aumentado de ansiedade, depressão e dependência de nicotina, especialmente em jovens. “Os vapes liberam partículas ultrafinas que podem entrar na corrente sanguínea e causar inflamação e lesões nos vasos, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde.”
Embora nem todos os danos causados pelo tabagismo sejam reversíveis, especialmente em casos de doenças crônicas, a cessação ainda é a melhor forma de prevenção. “A reversão dos danos é um processo que varia de cada pessoa, e depende do tempo de uso do cigarro, da idade e da saúde geral”, explica Apratto.
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JOãO PEDRO URBANO DOS SANTOS
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