Em Chicago, CEO da GALUNION destaca tendências que movimentam o mercado de foodservice na National Restaurant Association Show 2025

Palestra ministrada por Simone Galante trouxe dados de pesquisas e conceitos do setor que aliam conexões, tecnologia e experiências

DFREIRE COMUNICAçãO E NEGóCIOS
30/05/2025 10h04 - Atualizado há 2 dias

Em Chicago, CEO da GALUNION destaca tendências que movimentam o mercado de foodservice na National Restaurant Association Show 2025
Divulgação/GALUNION

A convergência entre tecnologia, mudanças no comportamento dos consumidores e a procura por experiências marcantes vem transformando o foodservice em todo o mundo. A apresentação intitulada “A era da experiência moldando o futuro do foodservice” realizada em maio durante a programação oficial da National Restaurant Association Show 2025, contou com a participação de Simone Galante, fundadora e CEO da GALUNION; Cristina Souza, CEO da consultoria Gouvêa Foodservice; João Castro, sócio-diretor de Inovação e Expansão da Fábrica de Bares; e Antonio Moreira Leite, CEO e sócio do Grupo Trigo. Na ocasião, Simone mostrou que o futuro da alimentação fora do lar vai muito além do produto: ele envolve a criação de conexões e experiências relevantes para o público. Na edição deste ano, o evento contou com mais de 53 mil profissionais de foodservice presentes, de 110 países, sendo que o Brasil foi o maior mercado internacional, com 687 participantes, seguido de Canadá com 432, e o México com 414. 

“A experiência se constrói a partir de uma combinação de imagens, sensações, pensamentos e memórias. O desafio das empresas é ser intencional e consistente na formação das experiências, utilizando tecnologia para trazer eficiência e o toque humano para criar vínculos emocionais”, analisa a executiva.  

Essa combinação “tech + touch” é reforçada pelos números. De acordo com a pesquisa “Alimentação hoje: a visão do consumidor”, realizada em março de 2025 com mais de mil brasileiros, entre os principais pontos de paixão do consumidor brasileiro em 2025 estão entretenimento, música, experiências sensoriais e conexão comunitária. Além disso, 58% dos consumidores estão mais atentos aos rótulos e à origem dos alimentos, 46% cuidam mais da saúde a partir de dietas e suplementos, 45% praticam mais atividades físicas e 48% frequentam bares e casas noturnas com menos frequência do que há dois anos. 

“São mudanças importantes no comportamento dos consumidores que precisam ser identificados pelas marcas que desejam ser relevantes na construção de relacionamentos e histórias com o público. Na combinação entre tech e touch, a conexão se torna a nova moeda. E as experiências são a forma como as conexões são conquistadas. Neste caso, o foodservice deve acessar os diversos pontos de paixão para criar avenidas de crescimento a partir dessas conexões”, afirma a especialista.  

Exemplos de experiências tech+touch ligadas aos pontos de paixão e atentos às mudanças de comportamento já estão presentes no mercado brasileiro. A Track&Field mostra que é possível ir além da venda de roupas esportivas, unindo esporte, comunidade, bem-estar e inovação tecnológica com a oferta de experiências gastronômicas nas lojas. As 13 operações TFC food & market já em operação contribuem para que a marca se posicione como “lifestyle brand”, ganhando o direito de participar de novas conversas com os consumidores. Outro exemplo é a Dengo, que trabalha com pequenos produtores de cacau e castanhas da Amazônia e da Mata Atlântica para promover um impacto social positivo.  

“Dengo significa afeto, e é isso que a marca leva para dentro das lojas, pelo produto, pela comunicação, pela ambientação e pelo atendimento ao cliente”, explica Simone. Já o Café Cultura, com 53 cafeterias no Brasil, aposta na música, em experiências sensoriais e no empoderamento feminino para criar comunidades ao redor do café, transformando o consumo em um verdadeiro ritual e promovendo eventos que conectam o público e criam experiências que vão além da bebida.  

Ao mesmo tempo, é preciso estar atento à inovação tecnológica como um motor de eficiência e diferenciação. O Grupo Trigo, um dos maiores operadores de restaurantes do Brasil, implementou um sistema de Inteligência Artificial em uma das unidades da marca Gurumê, especializada em culinária japonesa. A solução, baseada em câmeras e algoritmos, trouxe ganhos expressivos: 22% de melhoria no tempo de atendimento inicial, 30% no tempo de entrega de bebidas e 40% na redução de não conformidades operacionais. O segredo está em testar soluções em pequena escala, medir resultados e, se aprovadas, expandir para toda a operação.  

A tecnologia só faz sentido quando resolve um problema real e entrega valor ao cliente”, explica Tom Moreira Leite, presidente do Grupo Trigo. Para o executivo, a adoção de novas tecnologias só é bem-sucedida quanto a liderança está engajada, a cultura organizacional é aberta à inovação e existe disciplina na mensuração de resultados, sempre com foco na experiência do consumidor final. “É preciso ter consistência e coerência para gerar resultados”, resume Leite.  

O Brasil vive um momento de redescoberta da identidade gastronômica, com valorização de ingredientes nativos, sustentabilidade e diversidade regional. Mesmo diante de desafios econômicos e operacionais, o setor continua crescendo, a partir da confluência de diferentes formatos, do avanço do delivery e de tendências como saudabilidade, conveniência e experiências multissensoriais. O futuro do foodservice está na combinação entre eficiência operacional, inovação tecnológica e a capacidade de criar experiências emocionalmente relevantes. “O sucesso não está nos formatos de negócios, mas sim em como fazemos as pessoas se sentirem. O segredo está em unir tech e touch. É aí que a mágica acontece”, finaliza a CEO da GALUNION. 

 


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CAROLINE SOUZA SANTOS GARCIA
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