A bebida pode ser branca, dourada ou escura, variação que depende da madeira onde é armazenada. Essa diversidade acontece justamente porque, no Brasil, é permitido o envelhecimento da bebida em mais de 30 tipos de madeira, o que influencia na cor, no aroma e no sabor.
Celebrado neste sábado (13), o Dia da Cachaça resgata não apenas a história do destilado, mas também dicas para quem deseja consumir a bebida com mais conhecimento. Segundo Ferreira, entender o processo de produção é fundamental para diferenciar uma cachaça de alambique, feita em pequena escala, da industrial, produzida em colunas de destilação. “Explicar essa diferença para o consumidor exige investimento que o pequeno produtor não tem como fazer, em sua grande maioria”, observa.
Um dos pontos que mais gera dúvida entre os consumidores é a sensação de ardência na garganta. Isso pode ocorrer pela falta de qualidade na destilação ou até por maior sensibilidade individual ao álcool. Bebidas mal elaboradas, com alta concentração de metanol, são as que mais causam esse efeito. “A culpa não é da cachaça em si, mas de determinadas marcas”, explica o fundador da Expocachaça.
A recomendação é evitar produtos de origem duvidosa, muitas vezes vendidos em garrafas improvisadas, como as de plástico. O risco vai além do desconforto: destilados mal produzidos podem causar cegueira e até levar à morte. A orientação do especialista é buscar sempre empórios, e-commerces e produtores devidamente registrados.
A qualidade da cachaça também depende do corte da destilação. A “cabeça”, parte inicial do processo, carrega substâncias nocivas e deve ser descartada. O mesmo ocorre com a “cauda”, final da destilação, de menor concentração alcoólica. O “coração” é a fração valorizada, mais pura e equilibrada, que resulta em um destilado de excelência.
O envelhecimento em barris, muitas vezes em diferentes tipos de madeira, eleva o custo de produção. Há rótulos que chegam ao mercado em embalagens sofisticadas, refletindo mais o prestígio da marca do que a qualidade da bebida. Apesar disso, há opções de grande valor sensorial por menos de R$ 100.
Para quem está iniciando, consultar bartenders ou sommeliers pode ser uma boa alternativa. Rankings especializados como o da Cúpula da Cachaça também servem como guia confiável.
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Dione Alves
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